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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
URGENTE! COMO ORIENTAR SEUS FILHOS. PREVENÇÃO DO ABUSO SEXUAL.
Dossiê :. Sabe-se que a maior parte dos abuxos sexuais contra as crianças é praticada pelos próprios pais. Nesse sentido, dizer à criança que suas partes íntimas não devem ser tocadas por ninguém a não ser elas, o médico ou os pais poderia não ser muito eficaz. A criança deveria aprender a comunicar caso qualquer pessoa a toque de maneira desagradável ou que considere fora do comum.
PREVENÇAO DO ABUSO SEXUAL.
PREVENÇÃO DE ABUSO SEXUAL
Quatro pontos principais precisam ser ensinados a crianças:
1. Acredite nos seus sentimentos Diga Não!
2. Fuja!
3. Conte e continue contando até que alguém escute e acredite em você.
4. Nunca é sua culpa se alguém a/o tocar inapropriadamente.
Tente pensar em muitas possíveis situações que poderiam acontecer e brinque de "O que aconteceria se..." com sua criança de forma que ela esteja atenta do que fazer se alguém a fazer se sentir incomodada.
Quando uma criança alcança a idade de três anos, elas deveriam estar aprendendo a entender e respeitar o corpo delas e deveriam ser ensinados os nomes para as partes do corpo. A idéia principal é ensinar que as "partes íntimas" são qualquer parte delas que estejam cobertas por sunga ou bikini/ maiô. Elas precisam saber que partes íntimas nunca deveriam ser tocadas por ninguém a não ser elas, o médico ou os pais.
É mais provável que o abusador sexual da criança será alguém que a criança conheça e confie, ao invés de um total desconhecido. Na maioria dos casos, até mesmo na Internet, o predador fará um esforço para saber tudo sobre a criança antes de pedir para as conhecer.
. texto extraído do web site da organização Rocky Mountain Information Locator, a antiga organização sem fins lucrativos conhecida como Pedowatch.
Quatro pontos principais precisam ser ensinados a crianças:
1. Acredite nos seus sentimentos Diga Não!
2. Fuja!
3. Conte e continue contando até que alguém escute e acredite em você.
4. Nunca é sua culpa se alguém a/o tocar inapropriadamente.
Tente pensar em muitas possíveis situações que poderiam acontecer e brinque de "O que aconteceria se..." com sua criança de forma que ela esteja atenta do que fazer se alguém a fazer se sentir incomodada.
Quando uma criança alcança a idade de três anos, elas deveriam estar aprendendo a entender e respeitar o corpo delas e deveriam ser ensinados os nomes para as partes do corpo. A idéia principal é ensinar que as "partes íntimas" são qualquer parte delas que estejam cobertas por sunga ou bikini/ maiô. Elas precisam saber que partes íntimas nunca deveriam ser tocadas por ninguém a não ser elas, o médico ou os pais.
É mais provável que o abusador sexual da criança será alguém que a criança conheça e confie, ao invés de um total desconhecido. Na maioria dos casos, até mesmo na Internet, o predador fará um esforço para saber tudo sobre a criança antes de pedir para as conhecer.
. texto extraído do web site da organização Rocky Mountain Information Locator, a antiga organização sem fins lucrativos conhecida como Pedowatch.
SINAIS DE ABUSO SEXUAL .
SINAIS DE ABUSO SEXUAL .
PREVENÇÃO DE ABUSO SEXUAL
Se você é pai, mãe ou responsável e suspeita que sua criança está sofrendo abuso, você precisa contatar autoridades apropriadas o mais cedo possível em sua área.
Se você for uma criança ou adolescente que estão sofrendo abusos, você precisa falar o mais cedo possível para um adulto de confiança. Isto pode incluir o pai ou a mãe, um membro da família, professor, conselheiro escolar ou um policial. Se você conta para alguém e aquela pessoa não escuta ou não acredita, conte para outra pessoa. Continue contando até alguém te ajudar. Lembre-se, nunca é sua culpa!
Um ou mais dos comportamentos seguintes pode indicar que uma criança foi vítima de abuso sexual e ainda pode estar sofrendo o abuso:
. Brincadeira sexual persistente com outras crianças, elas próprias, brinquedos ou animais.
. Dor inexplicada, inchaço, sangramento ou irritação na boca, área genital ou anal; infecções urinárias; doenças sexualmente transmissíveis.
. Conhecimento sexual exibido por linguajar ou comportamento que estão além do que é normal para a idade delas.
. Medo ou aversão de certas pessoas ou lugares. Atividade sexual ou gravidez precoce.
. Droga ou problemas com álcool.
PREVENÇÃO DE ABUSO SEXUAL
Se você é pai, mãe ou responsável e suspeita que sua criança está sofrendo abuso, você precisa contatar autoridades apropriadas o mais cedo possível em sua área.
Se você for uma criança ou adolescente que estão sofrendo abusos, você precisa falar o mais cedo possível para um adulto de confiança. Isto pode incluir o pai ou a mãe, um membro da família, professor, conselheiro escolar ou um policial. Se você conta para alguém e aquela pessoa não escuta ou não acredita, conte para outra pessoa. Continue contando até alguém te ajudar. Lembre-se, nunca é sua culpa!
Um ou mais dos comportamentos seguintes pode indicar que uma criança foi vítima de abuso sexual e ainda pode estar sofrendo o abuso:
. Brincadeira sexual persistente com outras crianças, elas próprias, brinquedos ou animais.
. Dor inexplicada, inchaço, sangramento ou irritação na boca, área genital ou anal; infecções urinárias; doenças sexualmente transmissíveis.
. Conhecimento sexual exibido por linguajar ou comportamento que estão além do que é normal para a idade delas.
. Medo ou aversão de certas pessoas ou lugares. Atividade sexual ou gravidez precoce.
. Droga ou problemas com álcool.
ROBERTO APOLÔNIO DA COSTA ESTÁ FORAGIDO.
ROBERTO APOLÔNIO DA COSTA ESTÁ FORAGIDO. TÊM TRÊS FILHOS – DOIS RAPAZES E UMA MENINA. É CASADO COM UMA MULHER DE NOME LUCIANA. SE VOCÊ TIVER QUALQUER INFORMAÇÃO SOBRE SEU PARADEIRO, DENUNCIE ATRAVÉS DO E-MAIL:
centrais@kids-denuncia.org.br
AS DENÚNCIAS PODEM SER ANÔNIMAS.
. Helena luta há três anos para colocar na cadeia homem que estuprou a filha de 13 anos num vídeo pornográfico
Quando tinha 13 anos, a menor V, filha do comerciante M.A. e da dona-de-casa Maria Helena da Silva Arjona, começou a apresentar um comportamento estranho: Não queria mais ir à escola, passou a ter febre psicológica, a chorar por qualquer motivo e só conseguia dormir abraçada à mãe. Alertada pelo marido, Helena perguntava à filha se estava acontecendo algo de anormal. Mas a menina negava. Helena atribuiu a mudança de comportamento ao fato de terem ido morar no morro de São Carlos, depois de perderem a casa num incêndio. V. estranhou muito o novo ambiente. Um dia, finalmente tomou coragem e preveniu a mãe:
“O Roberto e o Tavinho estão ameaçando fazer uma montagem de retratos comigo...”
Roberto Apolônio da Costa, casado, pai de três filhos, era, em 1996, o presidente da Associação de Moradores do morro de São Carlos. E Otávio Barros Filho, conhecido como Tavinho, fazia lotações numa kombi comunitária. Helena procurou Roberto para saber que fotos eram aquelas. Segundo ela, ao invés de explicações, recebeu ameaças:
“Sua filha fala demais. E a senhora fala mais do que ela. Cuidado que quem fala demais aqui no morro, morre!”
Não tardou a explodir o escândalo. A própria V. chegou em casa contando à mãe que Roberto e Tavinho estavam ameaçados de morte por alguns integrantes da comunidade. Naquele mesmo dia Helena foi procurada por uma vizinha que contou que V. estava envolvida na gravação de um vídeo onde meninas, todas menores de idade, apareciam fazendo sexo com Roberto. Uma, inclusive, era excepcional, tinha por volta de 10 anos, e aparecia na fita tendo relações sexuais com Roberto em companhia da própria mãe. A ex-mulher de Roberto estava exibindo as fitas mediante o pagamento de R$ 2,00. O presidente da Associação de Moradores fugiu quando a história se espalhou.
Pressionada pela mãe, V. acabou confessando que estava sendo ameaçada de morte por Roberto, que também obrigou-a a participar da gravação do vídeo. Um dia, segundo a menina, quando saía para a escola, Roberto se aproximou fingindo que ia entregar uma correspondência, apontou-lhe um revólver e forçou-a a entrar na kombi de Tavinho. Levada para um apartamento no Estácio (zona-norte do Rio de Janeiro) a menina foi posta para assistir gravações pornográficas de outras meninas da comunidade para que fizesse igual. Como se negou, V. foi estuprada e obrigada a mastigar chicletes para simular uma expressão de prazer. Virgem, V. contou à mãe que apanhou muito de Roberto, que acusou-a de não saber fazer nada. A violência repetiu-se ainda uma segunda vez. A menina nada contou em casa porque Roberto ameaçou matar Helena.
“Aquele foi o pior dia da minha vida – lembra Helena. A gente cria uma filha com todo o cuidado e chega um monstro desses... Meu marido chegou a passar mal. Quando ele melhorou nós tiramos nossa filha de casa e a levamos naquele mesmo dia para Magé, para a casa de uma comadre. Eu e meu marido passamos a procurar Roberto por todos os cantos. Eu não dormia, emagreci 15 quilos. Procurei Dr. Cristina Leonardo no Centro Brasileiro e quando ela assistiu a fita, denunciou o caso para o Ministério Público do Rio de Janeiro. A polícia espalhou fotos de Roberto por tudo que é canto, mas ele continua foragido. Quando comecei a dar entrevista na imprensa ele me telefonou e ficou ameaçando:“ Me aguarde! Respondi: Estou te aguardando mesmo. Não vejo a hora de topar com você.”
V. parou de estudar, morou uns tempos com a avó em Minas Gerais e ainda passou pela humilhação de ouvir comentários maldosos no morro. Mas era sempre defendida pela corajosa mãe.
“ Uma vez peguei um pedaço de pau e fui enfrentar os bandidos. Eles viam minha filha passar e ficavam fazendo chacota. Diziam que a tinha visto na fita, que queriam fazer o mesmo com ela. Quando os ameacei com um pedaço de pau, nunca mais ninguém se atreveu a comentar. Até uma promotora insinuou que minha filha gravou a fita porque quis. Isso porque vivemos numa país em que a vítima acaba se transformando em réu. Quero justiça, mas não acredito nela. A Justiça no nosso país é muito falha. Só acredito na Justiça de Deus.”
Hoje, V. voltou a estudar e a morar na casa dos pais. Helena garante que ela nunca se recuperou psicologicamente. Ficou grávida de Roberto, mas perdeu o bebê, num aborto expontâneo, logo no início da gestação. O maior sonho da vida da menina é ver seu aliciador pagando pelo crime que cometeu.
“O Tavinho chegou a ser preso, mas como não aparecia no vídeo, não existem provas contra ele. As meninas que foram estupradas por Tavinho ficaram com medo de denunciar. Eu fui a única que levou o caso adiante. As vezes algumas das mães me dizem que sou a bandeira delas. Sou bandeira da minha filha. E não tenho medo nenhum. Só descanso quando Roberto estiver atrás das grades. E não é sentimento de vingança, não! Descobri que ele já fez o mesmo em Iguaba. E agora deve estar fazendo com outras meninas o mesmo que fez com minha filha” – finaliza Helena.
Autora : Wal Ribeiro
Jornalista e coordenadora do site Kids-Denúncia
Publicado em um dos editoriais do site Kids-Denúncia
DENÚNCIAS CONTRA PEDÓFILOS.
Você também pode procurar o Conselho Tutelar ou o/a Promotor/a de Justiça de seu município.
DENÚNCIAS 1 . Página da Campanha contra a pornografia infanto-juvenil na Internet, promovida pela Procuradoria da República no Distrito Federal, pela Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, pela Divisão de Direitos Humanos do Departamento de Polícia Federal e pelos Provedores de Internet do Distrito Federal. Denúncias por e-mail.
DENÚNCIAS 2 . Página da Campanha contra a pornografia infanto-juvenil na Internet, promovida pela Procuradoria da República no Paraná, pela Divisão de Direitos Humanos do Departamento de Polícia Federal e pelos Provedores de Internet no Estado do Paraná. Denúncias de websites através de formulário on line ou e-mail.
DENÚNCIAS 3 . Serviço supervisionado e mantido pelo PROSex: Programa de Reabilitação e Orientação Sexual. Denúncias de websites através de formulário on line.
KIDS-DENÚNCIA . ONG voltada para a defesa dos direitos da criança e do adolescente através da rede, e de combate ao crimes cibernéticos. Denúncias através de formulário on line de crimes cometidos contra a criança e o adolescente (aliciamento, prostituição infanto-juvenil, abuso de imagem, tráfico internacional de seres humanos, entre outros).
ASACP . em inglês . " Adult Sites Against Child Pornography ". Denúncias de websites através de formulário online.
NCMEC . em inglês . " National Center for Missing & Exploited Children " Cybertipline. Um dos mais completos sites de denúncias sobre crimes sexuais cometidos contra crianças via Internet. Denúncias através de formulário on line sobre websites, pessoas, canais de IRC, FServers, salas de pate-papo, Newsgroups, FTPs.
DENÚNCIAS 1 . Página da Campanha contra a pornografia infanto-juvenil na Internet, promovida pela Procuradoria da República no Distrito Federal, pela Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, pela Divisão de Direitos Humanos do Departamento de Polícia Federal e pelos Provedores de Internet do Distrito Federal. Denúncias por e-mail.
DENÚNCIAS 2 . Página da Campanha contra a pornografia infanto-juvenil na Internet, promovida pela Procuradoria da República no Paraná, pela Divisão de Direitos Humanos do Departamento de Polícia Federal e pelos Provedores de Internet no Estado do Paraná. Denúncias de websites através de formulário on line ou e-mail.
DENÚNCIAS 3 . Serviço supervisionado e mantido pelo PROSex: Programa de Reabilitação e Orientação Sexual. Denúncias de websites através de formulário on line.
KIDS-DENÚNCIA . ONG voltada para a defesa dos direitos da criança e do adolescente através da rede, e de combate ao crimes cibernéticos. Denúncias através de formulário on line de crimes cometidos contra a criança e o adolescente (aliciamento, prostituição infanto-juvenil, abuso de imagem, tráfico internacional de seres humanos, entre outros).
ASACP . em inglês . " Adult Sites Against Child Pornography ". Denúncias de websites através de formulário online.
NCMEC . em inglês . " National Center for Missing & Exploited Children " Cybertipline. Um dos mais completos sites de denúncias sobre crimes sexuais cometidos contra crianças via Internet. Denúncias através de formulário on line sobre websites, pessoas, canais de IRC, FServers, salas de pate-papo, Newsgroups, FTPs.
OLHAR MASCULINO PERVERSO
OLHAR MASCULINO PERVERSO
O desejo erótico de posse da menina, da moça jovem, freqüentemente é uma das variantes da patologia sexual do macho. É curioso que, raramente, se observe o fenômeno inverso. A mulher adulta e madura não se interessa, sexualmente, pelo menino ou pelo jovenzinho. Inclusive o que se percebe, também, é que o interesse e o olhar cobiçoso do homem aumenta com a idade, chegando ao paroxismo da velhice. Na Antigüidade existia a violência da posse gerontocrática pelas virgens recém-entradas na puberdade.
Manifestação libidinosa muito ligada à impotência concreta, o olhar desejoso em relação à infância revela uma fantasia de domínio absoluto e transgressão. É como se a inocência da menina pudesse excitar a fragilidade do homem inseguro quanto à sua própria identidade sexual.
Traduzindo de forma objetiva, trata-se de doença e lesão no desenvolvimento da sexualidade e da personalidade, que pode se associar a comportamento doloso de natureza criminal. Esta realidade precisa ser verificada com cautela para que o criminoso não se acoberte, debaixo das atenuantes de problemática emocional.
A posse sexual de menor, a sedução, o assédio, são formas torpes de manipulação do corpo inocente. Tanto a civilização grega como a modernidade são vivências éticas ambivalentes sobre esta questão. Nabokov criou a figura da "lolita", a ninfeta tentadora.
A publicidade, principalmente a da TV, avacalha os cânones morais e usa as crianças muitas vezes com o apoio familiar para transformá-la em mercadoria e consumo.
Mas quem se sensibiliza e trata o tarado corretamente é o criminoso comum que não perdoa este crime infame, dando-lhe o corretivo na prisão.
Existe uma correlação entre machismo desbragado, autoritarismo e perversidade sexual voltada contra a criança: são frutos dementes e delinquenciais da onipotência.
EM TEMPO: Uma certa revista, certa vez, censurou a publicação deste artigo, com alegações incertas.
Autor: Jacob Pinheiro Goldberg
. Ph.d. em psicologia
O desejo erótico de posse da menina, da moça jovem, freqüentemente é uma das variantes da patologia sexual do macho. É curioso que, raramente, se observe o fenômeno inverso. A mulher adulta e madura não se interessa, sexualmente, pelo menino ou pelo jovenzinho. Inclusive o que se percebe, também, é que o interesse e o olhar cobiçoso do homem aumenta com a idade, chegando ao paroxismo da velhice. Na Antigüidade existia a violência da posse gerontocrática pelas virgens recém-entradas na puberdade.
Manifestação libidinosa muito ligada à impotência concreta, o olhar desejoso em relação à infância revela uma fantasia de domínio absoluto e transgressão. É como se a inocência da menina pudesse excitar a fragilidade do homem inseguro quanto à sua própria identidade sexual.
Traduzindo de forma objetiva, trata-se de doença e lesão no desenvolvimento da sexualidade e da personalidade, que pode se associar a comportamento doloso de natureza criminal. Esta realidade precisa ser verificada com cautela para que o criminoso não se acoberte, debaixo das atenuantes de problemática emocional.
A posse sexual de menor, a sedução, o assédio, são formas torpes de manipulação do corpo inocente. Tanto a civilização grega como a modernidade são vivências éticas ambivalentes sobre esta questão. Nabokov criou a figura da "lolita", a ninfeta tentadora.
A publicidade, principalmente a da TV, avacalha os cânones morais e usa as crianças muitas vezes com o apoio familiar para transformá-la em mercadoria e consumo.
Mas quem se sensibiliza e trata o tarado corretamente é o criminoso comum que não perdoa este crime infame, dando-lhe o corretivo na prisão.
Existe uma correlação entre machismo desbragado, autoritarismo e perversidade sexual voltada contra a criança: são frutos dementes e delinquenciais da onipotência.
EM TEMPO: Uma certa revista, certa vez, censurou a publicação deste artigo, com alegações incertas.
Autor: Jacob Pinheiro Goldberg
. Ph.d. em psicologia
O QUE É PEDOFILIA?
Distúrbio de conduta sexual, onde o indivíduo adulto sente desejo compulsivo, de caráter homossexual (quando envolve meninos) ou héterossexual (quando envolve meninas), por crianças ou pré-adolescentes.
Este distúrbio ocorre na maioria dos casos em homens de personalidade tímida, que se sentem impotentes e incapazes de obter satisfação sexual com mulheres adultas.
Muitos casos são de homens casados, insatisfeitos sexualmente. Geralmente são portadores de distúrbios emocionais que dificultam um relacionamento sexual saudável com suas esposas.
O portador de Pedofilia se sente seguro na ação sexual e no controle da situação diante da criança. A maioria dos casos constatados envolviam homens em média 15 anos mais velhos que sua vítima.
Em populações de baixa renda, a ocorrência, quase sempre, vem acompanhada do uso de bebidas alcoólicas. Grande parte dos casos são de contatos incestuosos. (envolvendo filhos ou parentes próximos.)
Na maioria dos casos a criança submetida a estes atos fica calada, pois teme a represália do adulto.
A maioria dos casos é descoberta por outro indivíduo adulto,que fica sem saber como lidar com a situação. Se você, adulto, se enquadra na posição do "descobridor", procure um profissional para orientação. Assim você estará ajudando a criança e o portador do distúrbio de conduta.
Em 100% dos casos, as crianças molestadas sexualmente sofrem de dificuldades sexuais ou emocionais na vida adulta.
Autor : José Roberto Paiva
Psicanalista - Sexologista
Diretor do PROSex. Programa de Reabilitação e Orientação Sexual
Publicado em 06/03/99
Este distúrbio ocorre na maioria dos casos em homens de personalidade tímida, que se sentem impotentes e incapazes de obter satisfação sexual com mulheres adultas.
Muitos casos são de homens casados, insatisfeitos sexualmente. Geralmente são portadores de distúrbios emocionais que dificultam um relacionamento sexual saudável com suas esposas.
O portador de Pedofilia se sente seguro na ação sexual e no controle da situação diante da criança. A maioria dos casos constatados envolviam homens em média 15 anos mais velhos que sua vítima.
Em populações de baixa renda, a ocorrência, quase sempre, vem acompanhada do uso de bebidas alcoólicas. Grande parte dos casos são de contatos incestuosos. (envolvendo filhos ou parentes próximos.)
Na maioria dos casos a criança submetida a estes atos fica calada, pois teme a represália do adulto.
A maioria dos casos é descoberta por outro indivíduo adulto,que fica sem saber como lidar com a situação. Se você, adulto, se enquadra na posição do "descobridor", procure um profissional para orientação. Assim você estará ajudando a criança e o portador do distúrbio de conduta.
Em 100% dos casos, as crianças molestadas sexualmente sofrem de dificuldades sexuais ou emocionais na vida adulta.
Autor : José Roberto Paiva
Psicanalista - Sexologista
Diretor do PROSex. Programa de Reabilitação e Orientação Sexual
Publicado em 06/03/99
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
EU, VERA MATTOS, MULHER AMEAÇADA.
EU, VERA MATTOS, MULHER AMEAÇADA.
QUAL A RAZÃO DAS AMEAÇAS? A RESPOSTA É PORQUE NÃO ME CALO. PORQUE NÃO SOU INDIFERENTE A DOR ALHEIA.PORQUE SOU OBRIGADA A VIVER DE UMA FORMA QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM. AMEAÇAS FEITAS POR PEDÓFILOS POR CAUSA DOS MEUS RELATÓRIOS, POR CAUSA DAS MINHAS DENÚNCIAS. PELOS MARIDOS DAS MULHERES QUE SÃO ESPANCADAS E QUE ME PROCURAM COM ESPERANÇA DE ENCAMINHAMENTOS.POR NÃO ADMITIR QUE CRIANÇAS SEJAM MALTRATADAS PELOS PAIS, PELOS RESPONSÁVEIS, PELOS ABRIGOS. PELOS IDOSOS BARBARAMENTE TRATADOS EM SUAS CASAS E POR SEUS FAMILIARES.PORQUE SOU UMA VOZ QUE NÃO CALA, E QUE SERENAMENTE VAI CONSTRUÍNDO VIDA. POR ISTO GOSTO DE TER MUITAS VOZES COMIGO, BERRANDO POR JUSTIÇA, POR AMOR, POR SOLIDARIEDADE. TODA HISTÓRIA ESTÁ DEVIDAMENTE REGISTRADA EM MINISTÉRIO PÚBLICO, DELEGACIA DA MULHER E FÓRUNS ESPECÍFICOS. DEIXEI PARA REVELAR ISTO NO FINAL DESTA CAMPANHA EM DEFESA DA MULHER. TAMBÉM SOU VÍTIMA.MAS NÃO SOU VÍTIMA DA VIOLENCIA DOMÉSTICA, AMBIENTE EM QUE SOU AMADA.SOU ODIADA PELOS PODEROSOS.SOU ODIADA PELOS QUE DESEJAM MULHERES AMORDAÇADAS E SEM DIREITO A PALAVRA.EU QUERO USAR A PALAVRA COMO ARMA. EU QUERO MINHA LIBERDADE DE EXPRESSÃO INTEIRA. E QUERO QUE TODAS AS MULHERES DO MUNDO EXPERIMENTEM ISTO: FALAR, ESCREVER, SENTIR, AMAR.SEM MEDO E SEM LIMITES.HOMEM QUE É HOMEM ENTENDE ISTO.OS VERMES QUE FIQUEM DISTANTES E APODREÇAM NAS CADEIAS.ESTOU CANSADA DA MOROSIDADE DA JUSTIÇA, DA LENTIDÃO, DO DESRESPEITO.PARABÉNS A TODOS QUE LUTAM PELA CAUSA DA MULHER.SOMENTE PESSOAS QUE TENHAM CRITÉRIOS SEMELHANTES SERÃO ACEITAS.E A QUEM ME ASSUSTA EU DIGO QUE NADA TEMEREI PORQUE DEUS ESTÁ COMIGO!
QUAL A RAZÃO DAS AMEAÇAS? A RESPOSTA É PORQUE NÃO ME CALO. PORQUE NÃO SOU INDIFERENTE A DOR ALHEIA.PORQUE SOU OBRIGADA A VIVER DE UMA FORMA QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM. AMEAÇAS FEITAS POR PEDÓFILOS POR CAUSA DOS MEUS RELATÓRIOS, POR CAUSA DAS MINHAS DENÚNCIAS. PELOS MARIDOS DAS MULHERES QUE SÃO ESPANCADAS E QUE ME PROCURAM COM ESPERANÇA DE ENCAMINHAMENTOS.POR NÃO ADMITIR QUE CRIANÇAS SEJAM MALTRATADAS PELOS PAIS, PELOS RESPONSÁVEIS, PELOS ABRIGOS. PELOS IDOSOS BARBARAMENTE TRATADOS EM SUAS CASAS E POR SEUS FAMILIARES.PORQUE SOU UMA VOZ QUE NÃO CALA, E QUE SERENAMENTE VAI CONSTRUÍNDO VIDA. POR ISTO GOSTO DE TER MUITAS VOZES COMIGO, BERRANDO POR JUSTIÇA, POR AMOR, POR SOLIDARIEDADE. TODA HISTÓRIA ESTÁ DEVIDAMENTE REGISTRADA EM MINISTÉRIO PÚBLICO, DELEGACIA DA MULHER E FÓRUNS ESPECÍFICOS. DEIXEI PARA REVELAR ISTO NO FINAL DESTA CAMPANHA EM DEFESA DA MULHER. TAMBÉM SOU VÍTIMA.MAS NÃO SOU VÍTIMA DA VIOLENCIA DOMÉSTICA, AMBIENTE EM QUE SOU AMADA.SOU ODIADA PELOS PODEROSOS.SOU ODIADA PELOS QUE DESEJAM MULHERES AMORDAÇADAS E SEM DIREITO A PALAVRA.EU QUERO USAR A PALAVRA COMO ARMA. EU QUERO MINHA LIBERDADE DE EXPRESSÃO INTEIRA. E QUERO QUE TODAS AS MULHERES DO MUNDO EXPERIMENTEM ISTO: FALAR, ESCREVER, SENTIR, AMAR.SEM MEDO E SEM LIMITES.HOMEM QUE É HOMEM ENTENDE ISTO.OS VERMES QUE FIQUEM DISTANTES E APODREÇAM NAS CADEIAS.ESTOU CANSADA DA MOROSIDADE DA JUSTIÇA, DA LENTIDÃO, DO DESRESPEITO.PARABÉNS A TODOS QUE LUTAM PELA CAUSA DA MULHER.SOMENTE PESSOAS QUE TENHAM CRITÉRIOS SEMELHANTES SERÃO ACEITAS.E A QUEM ME ASSUSTA EU DIGO QUE NADA TEMEREI PORQUE DEUS ESTÁ COMIGO!
VIOLÊNCIA SEM SANGUE. O CRIME PRATICADO CONTRA AS MULHERES.
VIOLÊNCIA SEM SANGUE.O CRIME PRATICADO CONTRA AS MULHERES.
*Vera Mattos
Hei mulher! Por que você permitiu aquele primeiro tapa?Por que você permitiu aquela primeira calúnia? Aquela primeira injúria, aquela primeira difamação? Hei mulher! Será que você lembra quando tudo aconteceu? Era uma brincadeira entre você e ele... talvez até a situação já vinha se repetindo...mas tudo era tão leve e você acabava sorrindo, relevando, deixando para analisar depois. Temia ser chata, desagradável e acreditava que seria bom fazer concessões. Algumas vezes pensava que a causa era a bebida, sempre perdoada pois permitida; acreditava sinceramente que o homem cansado, frustrado, tinha todas as justificativas do mundo para desabafar, para liberar em você e na família os sentimentos agressivos. Além disso, havia a vergonha das amigas, dos amigos, dos vizinhos, dos colegas de trabalho. E quanto a manchas roxas na pele? O que dizer mesmo? Topadas, uma pancadinha à toa, esbarrou em algum móvel, caiu em casa, e cada dia mais uma desculpa. Quando você pensava que estava enganando aos outros enganava principalmente a você mesma.Agora, volte ao primeiro tapa, a primeira pancada. Doeu?Hei mulher! Responde hoje, exatamente nesta hora que você está decidindo ir até uma Delegacia e ainda assim procura justificar este seu desejo de ir, de se expor, de falar de sua vida pessoal ou do pouco que ficou dela.Será que com todas acontece assim? Ou seria apenas com você? Lembra quando ele gritava com você? Dizia que você era gorda, estava acima do peso? Ou quando dizia que a cor do seu cabelo estava ridícula? Ou quando se referia a sua pouca capacidade intelectual? E o desprezo hein?Você sentiu na pele o desprezo quando ele disso que seu cheiro não era bom, que cheirava a cozinha, a óleo e alho. Mas você conseguia cozinhar para ele. Poderia ter servido cicuta, mas continuou tentando conquistá-lo com a comida de cada dia, velha lição centenária que assegura que homem se “pega pela boca”. Hei mulher! Acorda! Antes do primeiro tapa este homem ofereceu vários avisos. Ele estabeleceu um vínculo perigoso em que sua parceria foi fundamental: o da violência sem sangue. Todos os dias ele procurava negar a sua existência como mulher. Todos os dias ele dizia que você era menos, era menor, era infinitamente menor do que a mulher que ele sonhou ter, possuir.A palavra é posse. É muito barato transformar a companheira em empregada sem direito a qualquer obrigação trabalhista. Além disto, dentro da submissão há a existência do sexo, geralmente com dia e hora marcados. Outros homens querem sexo diariamente, pouco se interessando se seu dia foi estafante, estressante, se houve dupla, tripla jornada. Acreditam que você tem que estar disposta e também apresentar uma boa disposição. O seu sonho de Cinderela desabou. Você viu isto? Você sentiu isto?Estamos no século XXI. Você como eu é do século passado! Se estamos em 2007 evidentemente que qualquer mulher viva hoje é do século passado.O que quero dizer? É que somos do século passado e agimos como tal. Não barramos a violência em nossas casas, em nossas famílias. Esperamos que o amor que sonhamos terá a força suficiente para corrigir.Mas isto é utopia. Tratemos primeiro da denúncia, de buscar a lei, de perder literalmente a vergonha e fazer que estes protótipos de homens morram de vergonha.Eles é que devem se sentir constrangidos. Eles é que devem temer a repercussão dos fatos na vida profissional, social. Eles é que devem andar assustados pelo fato de terem sido denunciados nas Delegacias Especializadas, nas Promotorias, e de finalmente serem levados ao Fórum Criminal.E de que você vai ter vergonha? De ter sido violentada psicologicamente? De ter sido brutalmente atacada fisicamente? Hei mulher! A sua alma está sofrendo. Dentro de você há um caos, um buraco, um sentimento de menor valia, e se demorar mais é bem provável que a pouca coragem que você tem desça pelo ralo da pia, pela descarga do banheiro.Apoio familiar? Aquele que lhe encorajará dizendo siga em frente, siga e denuncie? Este apoio é raro. Muitos dirão que você deve relevar. Muitos dirão que em nome de Deus, em nome de Jesus você deverá perdoar. Mulher entenda que esta sociedade foi construída para fazer concessões aos homens. Não espere nem mesmo nas delegacias especializadas um atendimento generoso. A razão é que também policiais mulheres são mulheres e também sofrem violência dentro e fora dos seus locais de trabalho. São discriminadas, criticadas e acabam por sucumbir não somente a hierarquia militar, mas a própria insatisfação e ao sentimento de que nada são e nada serão. Haja depressão, haja angústia, haja desespero, haja desejo de se impor. Com arma na mão pensa em liberdade, mas não encontra caminho e chora como se não tivesse força, como se fosse alguém frágil e destreinada. O exemplo da policial que sofre serve para abrir o debate. Que mulheres somos nós? E afinal quem educou estes homens agressivos, intolerantes, raivosos, desleais? Quem tem ou teve irmãos homens lembra das leis domésticas repetidas pelas mães da época. Era comum dizer que o respeito tinha território e que os garotos estavam aptos a caçarem suas presas. Os bodes estavam soltos para a glória das famílias machistas. As outras famílias tratassem de cuidar de suas cabras e cabritas.Assim como individualmente se colhe o que se planta, os homens do século passado estão ofertando a educação que receberam. Exercem poder, exercem fascínio. O sexo e a sedução chegam junto. Sabemos que paixão não tem data para começar, mas tem prazo para acabar e isto é fato científico.Hei mulher! A paixão acabou. O amor se existiu agora é discutível. Você vai ficar aí sofrendo? Qual será o seu primeiro passo?Somente você poderá se ajudar. Somente você poderá dizer não. Procure outras mulheres e converse, desabafe. Fale com quem for possível falar. Não tema o julgamento dos outros ou das outras. Melhor você vivendo e falando do que em uma gaveta do Instituto Médico Legal.Rompa a relação. Não fique na ameaça. Se você já se sustenta, o temor não deverá existir. Se não se sustenta, certamente tem algum talento e saberá encontrar uma forma de sobreviver.Mas não tolere o primeiro tapa, a primeira injúria, a primeira calúnia, a primeira difamação.Ao contrário do que se pensa aí está o ato de amor. Levar aquele que transgride a compreender as suas atitudes. Levar a reflexão positiva do respeito e do amor ao próximo e principalmente à próxima que poderá ser você.Pense nisto e se mobilize através de ações concretas.
*Vera Mattos
Presidente da Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos
sábado, 1 de dezembro de 2007
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
A Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos foi criada em homenagem a educadora que destacou-se na luta pela democratização da educação, alfabetização de adultos e implantação de ensino noturno. A Fundação Jaqueira está voltada para a defesa dos direitos e interesses da terceira idade. Psicólogos, psicanalistas, médicos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, advogados e jornalistas compõem o quadro de voluntários da Fundação. Seja mais um voluntário!
Anseio de bons frutos pelos trabalhos realizados.
Só pra começar os comentários para a Fundação, que certamente serão muitos, deixo meu anseio de bons frutos no belo trabalho realizado até então, e votos para a solução de todos os problemas atuais. E uma mensagem de força e luz:http://www.marcia-gloria.com/html/paz1.htmlAbraços. Luz.
Depoimento :"Criança é alegria de nossos maduros".
Luz disse...
Criança gosta de sorvete, chocolate, comer pipoca no cinema, guaraná... de dar risada, assistir desenho, ir na escola, futebol, brincar de amarelinha, boneca, carrinho. Criança não devia sofrer, chorar, nem passar fome, frio, sede ou vontade de um doce. Criança gosta de passarinho, peixinho, sol, árvore, borboletinha; ama a natureza, pois sente que é parte dela. É sinônimo de pureza, carinho e amor...Criança é alegria dos nossos sonhos maduros, esperança do nosso futuro, certeza das nossas incertezas.Deus nos fez criança, um dia, para jamais deixarmos de ser felizes, na recordação do melhor tempo de nossas vidas. Criança é sonho em seu sorriso, anjo em suas preces, calor em seus carinhos espontâneos. É sol dos nossos dias tempestuosos, seu pequeno abraço é luz a nos aquecer e dar esperanças. Toda criança deveria ter amparo, proteção, amizade e ser tratada com dignidade e simplicidade. Por isso eu penso que todos nós deveríamos ser, estar e permanecer crianças, eternamente...E a Fundação trabalha para garantir esses direitos, é um belo trabalho... Abraços a todos...
Monday, 19 June, 2006
Criança gosta de sorvete, chocolate, comer pipoca no cinema, guaraná... de dar risada, assistir desenho, ir na escola, futebol, brincar de amarelinha, boneca, carrinho. Criança não devia sofrer, chorar, nem passar fome, frio, sede ou vontade de um doce. Criança gosta de passarinho, peixinho, sol, árvore, borboletinha; ama a natureza, pois sente que é parte dela. É sinônimo de pureza, carinho e amor...Criança é alegria dos nossos sonhos maduros, esperança do nosso futuro, certeza das nossas incertezas.Deus nos fez criança, um dia, para jamais deixarmos de ser felizes, na recordação do melhor tempo de nossas vidas. Criança é sonho em seu sorriso, anjo em suas preces, calor em seus carinhos espontâneos. É sol dos nossos dias tempestuosos, seu pequeno abraço é luz a nos aquecer e dar esperanças. Toda criança deveria ter amparo, proteção, amizade e ser tratada com dignidade e simplicidade. Por isso eu penso que todos nós deveríamos ser, estar e permanecer crianças, eternamente...E a Fundação trabalha para garantir esses direitos, é um belo trabalho... Abraços a todos...
Monday, 19 June, 2006
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
VERA MATTOS ESCREVE:VIOLÊNCIA SEM SANGUE. O CRIME PRATICADO CONTRA AS MULHERES.
VIOLÊNCIA SEM SANGUE. O CRIME PRATICADO CONTRA AS MULHERES.Vera Mattos*Hei mulher! Por que você permitiu aquele primeiro tapa?Por que você permitiu aquela primeira calúnia?Aquela primeira injúria, aquela primeira difamação? Hei mulher! Será que você lembra quando tudo aconteceu? Era uma brincadeira entre você e ele... talvez até a situação já vinha se repetindo...mas tudo era tão leve e você acabava sorrindo, relevando, deixando para analisar depois. Temia ser chata, desagradável e acreditava que seria bom fazer concessões. Algumas vezes pensava que a causa era a bebida, sempre perdoada pois permitida; acreditava sinceramente que o homem cansado, frustrado, tinha todas as justificativas do mundo para desabafar, para liberar em você e na família os sentimentos agressivos.Além disso, havia a vergonha das amigas, dos amigos, dos vizinhos, dos colegas de trabalho. E quanto a manchas roxas na pele? O que dizer mesmo? Topadas, uma pancadinha à toa, esbarrou em algum móvel, caiu em casa, e cada dia mais uma desculpa. Quando você pensava que estava enganando aos outros enganava principalmente a você mesma.Agora, volte ao primeiro tapa, a primeira pancada. Doeu?Hei mulher! Responde hoje, exatamente nesta hora que você está decidindo ir até uma Delegacia e ainda assim procura justificar este seu desejo de ir, de se expor, de falar de sua vida pessoal ou do pouco que ficou dela.Será que com todas acontece assim? Ou seria apenas com você? Lembra quando ele gritava com você? Dizia que você era gorda, estava acima do peso? Ou quando dizia que a cor do seu cabelo estava ridícula? Ou quando se referia a sua pouca capacidade intelectual? E o desprezo hein?Você sentiu na pele o desprezo quando ele disso que seu cheiro não era bom, que cheirava a cozinha, a óleo e alho. Mas você conseguia cozinhar para ele. Poderia ter servido cicuta, mas continuou tentando conquistá-lo com a comida de cada dia, velha lição centenária que assegura que homem se “pega pela boca”.Hei mulher! Acorda! Antes do primeiro tapa este homem ofereceu vários avisos. Ele estabeleceu um vínculo perigoso em que sua parceria foi fundamental: o da violência sem sangue. Todos os dias ele procurava negar a sua existência como mulher. Todos os dias ele dizia que você era menos, era menor, era infinitamente menor do que a mulher que ele sonhou ter, possuir.A palavra é posse. É muito barato transformar a companheira em empregada sem direito a qualquer obrigação trabalhista. Além disto, dentro da submissão há a existência do sexo, geralmente com dia e hora marcados. Outros homens querem sexo diariamente, pouco se interessando se seu dia foi estafante, estressante, se houve dupla, tripla jornada. Acreditam que você tem que estar disposta e também apresentar uma boa disposição. O seu sonho de Cinderela desabou. Você viu isto? Você sentiu isto?Estamos no século XXI. Você como eu é do século passado! Se estamos em 2007 evidentemente que qualquer mulher viva hoje é do século passado.O que quero dizer? É que somos do século passado e agimos como tal. Não barramos a violência em nossas casas, em nossas famílias.Esperamos que o amor que sonhamos terá a força suficiente para corrigir.Mas isto é utopia. Tratemos primeiro da denúncia, de buscar a lei, de perder literalmente a vergonha e fazer que estes protótipos de homens morram de vergonha.Eles é que devem se sentir constrangidos. Eles é que devem temer a repercussão dos fatos na vida profissional, social. Eles é que devem andar assustados pelo fato de terem sido denunciados nas Delegacias Especializadas, nas Promotorias, e de finalmente serem levados ao Fórum Criminal.E de que você vai ter vergonha? De ter sido violentada psicologicamente? De ter sido brutalmente atacada fisicamente? Hei mulher! A sua alma está sofrendo. Dentro de você há um caos, um buraco, um sentimento de menor valia, e se demorar mais é bem provável que a pouca coragem que você tem desça pelo ralo da pia, pela descarga do banheiro.Apoio familiar? Aquele que lhe encorajará dizendo siga em frente, siga e denuncie? Este apoio é raro. Muitos dirão que você deve relevar. Muitos dirão que em nome de Deus, em nome de Jesus você deverá perdoar.Mulher entenda que esta sociedade foi construída para fazer concessões aos homens. Não espere nem mesmo nas delegacias especializadas um atendimento generoso. A razão é que também policiais mulheres são mulheres e também sofrem violência dentro e fora dos seus locais de trabalho. São discriminadas, criticadas e acabam por sucumbir não somente a hierarquia militar, mas a própria insatisfação e ao sentimento de que nada são e nada serão. Haja depressão, haja angústia, haja desespero, haja desejo de se impor. Com arma na mão pensa em liberdade, mas não encontra caminho e chora como se não tivesse força, como se fosse alguém frágil e destreinada. O exemplo da policial que sofre serve para abrir o debate.Que mulheres somos nós? E afinal quem educou estes homens agressivos, intolerantes, raivosos, desleais? Quem tem ou teve irmãos homens lembra das leis domésticas repetidas pelas mães da época. Era comum dizer que o respeito tinha território e que os garotos estavam aptos a caçarem suas presas. Os bodes estavam soltos para a glória das famílias machistas. As outras famílias tratassem de cuidar de suas cabras e cabritas.Assim como individualmente se colhe o que se planta, os homens do século passado estão ofertando a educação que receberam. Exercem poder, exercem fascínio. O sexo e a sedução chegam junto. Sabemos que paixão não tem data para começar, mas tem prazo para acabar e isto é fato científico.Hei mulher! A paixão acabou. O amor se existiu agora é discutível. Você vai ficar aí sofrendo? Qual será o seu primeiro passo?Somente você poderá se ajudar. Somente você poderá dizer não. Procure outras mulheres e converse, desabafe. Fale com quem for possível falar. Não tema o julgamento dos outros ou das outras. Melhor você vivendo e falando do que em uma gaveta do Instituto Médico Legal.Rompa a relação. Não fique na ameaça. Se você já se sustenta, o temor não deverá existir. Se não se sustenta, certamente tem algum talento e saberá encontrar uma forma de sobreviver.Mas não tolere o primeiro tapa, a primeira injúria, a primeira calúnia, a primeira difamação.Ao contrário do que se pensa aí está o ato de amor. Levar aquele que transgride a compreender as suas atitudes. Levar a reflexão positiva do respeito e do amor ao próximo e principalmente à próxima que poderá ser você.Pense nisto e se mobilize através de ações concretas.*Vera Mattos é Jornalista.
DOR DE MULHER É UMA SÓ. É UMA DOR COMPARTILHADA.
A situação da mulher mudou de fato? Estaremos sempre destinadas a desenvolvermos tarefas árduas , termos dupla jornada, e ainda devemos fazer uma cara de felicidade, de que está tudo muito bem para garantirmos a nossa condição feminina?Todos os dias na Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos recebo mulheres de todos os níveis e condições sociais. O sofrimento é uma constante. Algumas por terem sido vitimas de abuso sexual de estranhos, outras por terem sido vitimas de violência sexual do pai, do irmão, do padrasto, do parente.São mulheres de todas as idades. São crianças, adolescentes, mulheres adultas das mais diversas faixas etárias. Algumas sofrem por ter sido violentadas sem a menor possibilidade de denúncia mesmo diante das famílias porque temem ser postas para fora de casa; outras dão queixa na delegacia das mulheres e retiram por medo da vingança do agressor. Todas acabam sofrendo de diversos distúrbios e transtornos mentais. Passam a ter nojo delas mesmo, têm medo de tentar de novo, desconfiam dos homens, não acreditam em mais nada. Buscam na terapia uma chance de reviver.Em outros momentos chegam mulheres carregando filhos doentes nos braços e raros são os homens que as acompanham. Elas carregam os filhos com a esperança de que eles se recuperem e os profissionais da Fundação sabem que nem todas as patologias têm cura nem a longo prazo. Mas elas insistem no tratamento. Tomam ônibus, chegam ofegantes para o tratamento. Quantas precisariam de transporte especial, de cadeiras de roda, de alimentação, pois não podem trabalhar fora de casa porque não teriam quem cuidasse de seus filhos.E onde estão estes homens que violentam e abusam sexualmente, ameaçam suas vitimas, transgridem todas as normas? E onde estão estes pais que não sabem que um filho doente é fruto de duas pessoas? Onde está este homem responsável do século XXI capaz de ser companheiro e de respeitar cada mulher?É esta a minha reflexão: enquanto houver uma mulher violentada, de qualquer cor e raça, estaremos todas sendo violentadas. Onde houver uma mulher sofrendo em razão da paternidade irresponsável, estaremos todas sofrendo. Porque dor de mulher é uma só. É uma dor de parto, é uma dor de um útero universal.A Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos confia nas ações desenvolvidas pelo Ministério Público, mas, ao mesmo tempo, roga pela agilidade dos processos.E, principalmente, que haja uma reeducação masculina, que haja uma nova proposta comportamental que revolucione a sociedade no sentido de que não basta manter uma elite feminina devidamente adequada a este tempo. Nós mulheres somente teremos o que comemorar quando os avanços que alcançarmos forem compartilhados com todas as outras.Vera Mattos(Jornalista / Psicanalista)
A Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos foi criada em homenagem a educadora que dedicou os mais importantes anos de sua vida a municípios como Jequié,Itaquara, Feira de Santana, além da Capital, Salvador. Destacou-se na luta pela alfabetização de adultos e implantação de ensino noturno. Professora dedicada, educadora exigente e voltada para a democratização da educação, sempre abrigou a todos que a procuravam seja para aconselhamento ou para atender necessidades emergenciais. A Fundação que leva o seu nome é uma iniciativa de inúmeros amigos e está voltada para a defesa dos direitos e interesses da terceira idade. A educadora Maria Lúcia Jaqueira de Mattos faleceu 21/03/2003 em Salvador e deixou três filhos e vários netos. A psicanalista e comunicóloga Vera Mattos é a presidente da Fundação . Psicólogos, psicanalistas, médicos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, advogados e jornalistas compõem o quadro de voluntários da Fundação. Seja mais um voluntário
A Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos foi criada em homenagem a educadora que destacou-se na luta pela democratização da educação, alfabetização de adultos e implantação de ensino noturno. A Fundação Jaqueira está voltada para a defesa dos direitos e interesses da terceira idade. Psicólogos, psicanalistas, médicos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, advogados e jornalistas compõem o quadro de voluntários da Fundação. Seja mais um voluntário!
A FUNDAÇÃO MARIA LUCIA JAQUEIRA DE MATTOS É INTEGRANTE DO ESTADO DE PAZ, ESTADO DE PAZ JORNALISTAS, FCCV - FÓRUM DE COMBATE AO CRIME E A VIOLÊNCIA,FÓRUM DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE , FÓRUM DE MULHERES DE SALVADOR, FÓRUM DE MULHERES DO MERCOSUL, PASTORAL DA SAÚDE – PARÓQUIA DA VITÓRIA. CONVÊNIO : SINTERP/BA – SINDICATO DOS RADIALISTAS E PUBLICITÁRIOS DA BAHIA.
DOAÇÕES PARA FUNDAÇÃO JAQUEIRA
DOAÇÕES PARA A FUNDAÇÃO MARIA LÚCIA JAQUEIRA DE MATTOS DEVEM SER FEITAS NA CONTA00580370-3 0P 03 AG 1517 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. DEPOSITE O QUE FOR POSSÍVEL, O QUE SEU BOLSO, BOM SENSO E CORAÇÃO PERMITIREM!
DIA DOS PAIS. UMA REFLEXÃO DO ANO DE 2006
Hoje,Dia dos Pais, ano 2006, quero falar das mães que realizam o duplo papel de pai e mãe. Sabemos que Salvador lidera nacionalmente com a quantidade de lares chefiados por mulheres. Isto significa que, por motivos diversos, do luto, da perda, do abandono, da violência, as mulheres estão cada vez mais sozinhas.Esta semana atendemos 50 crianças com déficit mental. Entre os acompanhantes, apenas 3 homens. Ao passar pela entrevista,estas mães demonstram com tristeza e desilusão o fato de terem que lutar sozinhas pela vida.Uma delas me revelou que quando o pai tomou conhecimento que o filho era doente foi embora! Muitas carregam seus filhos de 12 anos, dentro de ônibus. Carregar nos braços uma criança de 12 anos é fácil? Outra subiu e desceu ladeiras, chegou com a pressão arterial elevada, pois se encontra desempregada e desassistida. Eu me pergunto que país é este. E depois me pergunto sobre os pais(homens) biológicos. Estes pais refletem o País.Está tudo na Constituição. Saúde é dever do Estado!
CRIANÇA TEM QUE SOFRER?
CRIANÇA TEM QUE SOFRER ?
Esta é a pergunta que faço todos os dias. Pergunto a mim mesma, pergunto aos amigos, companheiros de luta, aos militantes de inúmeras causas. Criança tem que sofrer ? Claro que ninguém responde que sim, que criança deve sofrer por ser apenas o inicio da viagem do ser humano , por si só solitária , em sua eterna busca. Mas existem sofrimentos que me incomodam bastante pois que me sinto com a culpa do mundo, embora compreenda plenamente que o mundo é grande e afinal eu sou apenas uma partícula deste processo que envolve vida e morte. Tenho portanto todas as limitações e me destituo de arrogância para envolver a relação culpa e poder. De fato somos todos culpados. Ou seremos adultos inocentes e portanto pacificados frente as responsabilidades pessoais e coletivas. Cada qual que se encaixe e busque seu dilema. O meu mais imediato impulso é desejar entender porque os pacientes em déficit mental são tão discriminados.
Vejamos este caso: uma criança que apresenta TDAH – Transtorno Déficit Atenção Humana com hiperatividade e/ou desatenção exige extremamente da família. Geralmente, um dos pais abdica da vida profissional para cuidar do filho. E começa a peregrinação para chegar-se a um diagnostico e a um tratamento. Em outras ocasiões a família se desfaz , a família não suporta o peso, fica com a criança o mais corajoso, o que deixa prevalecer o amor. Mas em sociedade onde o capitalismo selvagem impera, somente amor não basta, é preciso dinheiro, muito dinheiro para dar conta de tantas exigências.
Como o tratamento deve ser plural, interdisciplinar, fica impossível para as famílias de baixa renda, e de classe média, se é que isso ainda existe, comprometer parte do tratamento. Na nossa Constituição esta previsto que Saúde é dever do Estado propiciar, garantir, assegurar. Também esta dito que Educação e Segurança são deveres do Estado. Cresci acreditando na utopia de ver uma sociedade igualitária. Cada vez estou vendo o outro extremo. E não participo disto à distancia não, vejo no batente diário. Falávamos de crianças e sofrimento. Volto a isto. Uma das crianças assistidas pela Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos não encontrou qualquer possibilidade de atendimento odontológico por ser portador de déficit mental. Não encontrou qualquer unidade hospitalar que o aceitasse. Em situação de extremo abandono odontológico pode-se inicialmente culpar a família ; em seguida, poderemos dizer que os profissionais que o viram poderiam ter feito um encaminhamento para uma unidade hospitalar capacitada antes que as conseqüências fossem maiores; verifique-se as condições do município que ele vive que nada oferece e faz parte deste paraíso chamado Bahia.
Quando chegou a Salvador, já com os dentes em estágio avançado de caries, com dores violentas causadas pela exposição das partes mais sensíveis, já não podia beber água nem comer. O resultado foi a desidratação, a desnutrição e a dor. Peregrinamos por aqui também. Ele agora esta internado, mas não para tratar os dentes e sim de uma infecção generalizada. Quando termino de escrever este cotidiano tenho dúvidas quanto as possibilidades de sobrevivência. Mas estou torcendo por um final feliz. Afinal, aqui no Brasil parece que estamos destinados a sermos torcedores de uma Pátria amada, idolatrada mas desrespeitada diariamente pelas ações de todos, diretamente ou indiretamente envolvidos nas questões que envolvem a sociedade. Chegamos em um momento em que as organizações não governamentais tem mais confiabilidade que qualquer organização publica. Que a boa vontade do cidadão e mais forte do que as exigências legais. O voluntariado deve prevalecer, somar para encontrar soluções, saídas, caminhos, e sobretudo não se deixar vencer pelo pessimismo de muito e do otimismo e riso cínico dos guardiães do capitalismo._____________________________________Vera Mattos - Jornalista/Psicanalista. Presidente da Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos. Artigo publicado na Tribuna da Bahia. e-mail: fundacaojaqueira@yahoo.com.br
Esta é a pergunta que faço todos os dias. Pergunto a mim mesma, pergunto aos amigos, companheiros de luta, aos militantes de inúmeras causas. Criança tem que sofrer ? Claro que ninguém responde que sim, que criança deve sofrer por ser apenas o inicio da viagem do ser humano , por si só solitária , em sua eterna busca. Mas existem sofrimentos que me incomodam bastante pois que me sinto com a culpa do mundo, embora compreenda plenamente que o mundo é grande e afinal eu sou apenas uma partícula deste processo que envolve vida e morte. Tenho portanto todas as limitações e me destituo de arrogância para envolver a relação culpa e poder. De fato somos todos culpados. Ou seremos adultos inocentes e portanto pacificados frente as responsabilidades pessoais e coletivas. Cada qual que se encaixe e busque seu dilema. O meu mais imediato impulso é desejar entender porque os pacientes em déficit mental são tão discriminados.
Vejamos este caso: uma criança que apresenta TDAH – Transtorno Déficit Atenção Humana com hiperatividade e/ou desatenção exige extremamente da família. Geralmente, um dos pais abdica da vida profissional para cuidar do filho. E começa a peregrinação para chegar-se a um diagnostico e a um tratamento. Em outras ocasiões a família se desfaz , a família não suporta o peso, fica com a criança o mais corajoso, o que deixa prevalecer o amor. Mas em sociedade onde o capitalismo selvagem impera, somente amor não basta, é preciso dinheiro, muito dinheiro para dar conta de tantas exigências.
Como o tratamento deve ser plural, interdisciplinar, fica impossível para as famílias de baixa renda, e de classe média, se é que isso ainda existe, comprometer parte do tratamento. Na nossa Constituição esta previsto que Saúde é dever do Estado propiciar, garantir, assegurar. Também esta dito que Educação e Segurança são deveres do Estado. Cresci acreditando na utopia de ver uma sociedade igualitária. Cada vez estou vendo o outro extremo. E não participo disto à distancia não, vejo no batente diário. Falávamos de crianças e sofrimento. Volto a isto. Uma das crianças assistidas pela Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos não encontrou qualquer possibilidade de atendimento odontológico por ser portador de déficit mental. Não encontrou qualquer unidade hospitalar que o aceitasse. Em situação de extremo abandono odontológico pode-se inicialmente culpar a família ; em seguida, poderemos dizer que os profissionais que o viram poderiam ter feito um encaminhamento para uma unidade hospitalar capacitada antes que as conseqüências fossem maiores; verifique-se as condições do município que ele vive que nada oferece e faz parte deste paraíso chamado Bahia.
Quando chegou a Salvador, já com os dentes em estágio avançado de caries, com dores violentas causadas pela exposição das partes mais sensíveis, já não podia beber água nem comer. O resultado foi a desidratação, a desnutrição e a dor. Peregrinamos por aqui também. Ele agora esta internado, mas não para tratar os dentes e sim de uma infecção generalizada. Quando termino de escrever este cotidiano tenho dúvidas quanto as possibilidades de sobrevivência. Mas estou torcendo por um final feliz. Afinal, aqui no Brasil parece que estamos destinados a sermos torcedores de uma Pátria amada, idolatrada mas desrespeitada diariamente pelas ações de todos, diretamente ou indiretamente envolvidos nas questões que envolvem a sociedade. Chegamos em um momento em que as organizações não governamentais tem mais confiabilidade que qualquer organização publica. Que a boa vontade do cidadão e mais forte do que as exigências legais. O voluntariado deve prevalecer, somar para encontrar soluções, saídas, caminhos, e sobretudo não se deixar vencer pelo pessimismo de muito e do otimismo e riso cínico dos guardiães do capitalismo._____________________________________Vera Mattos - Jornalista/Psicanalista. Presidente da Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos. Artigo publicado na Tribuna da Bahia. e-mail: fundacaojaqueira@yahoo.com.br
CRIANÇA TEM QUE SOFRER?
CRIANÇA TEM QUE SOFRER ?
Esta é a pergunta que faço todos os dias. Pergunto a mim mesma, pergunto aos amigos, companheiros de luta, aos militantes de inúmeras causas. Criança tem que sofrer ? Claro que ninguém responde que sim, que criança deve sofrer por ser apenas o inicio da viagem do ser humano , por si só solitária , em sua eterna busca. Mas existem sofrimentos que me incomodam bastante pois que me sinto com a culpa do mundo, embora compreenda plenamente que o mundo é grande e afinal eu sou apenas uma partícula deste processo que envolve vida e morte. Tenho portanto todas as limitações e me destituo de arrogância para envolver a relação culpa e poder. De fato somos todos culpados. Ou seremos adultos inocentes e portanto pacificados frente as responsabilidades pessoais e coletivas. Cada qual que se encaixe e busque seu dilema. O meu mais imediato impulso é desejar entender porque os pacientes em déficit mental são tão discriminados.
Vejamos este caso: uma criança que apresenta TDAH – Transtorno Déficit Atenção Humana com hiperatividade e/ou desatenção exige extremamente da família. Geralmente, um dos pais abdica da vida profissional para cuidar do filho. E começa a peregrinação para chegar-se a um diagnostico e a um tratamento. Em outras ocasiões a família se desfaz , a família não suporta o peso, fica com a criança o mais corajoso, o que deixa prevalecer o amor. Mas em sociedade onde o capitalismo selvagem impera, somente amor não basta, é preciso dinheiro, muito dinheiro para dar conta de tantas exigências.
Como o tratamento deve ser plural, interdisciplinar, fica impossível para as famílias de baixa renda, e de classe média, se é que isso ainda existe, comprometer parte do tratamento. Na nossa Constituição esta previsto que Saúde é dever do Estado propiciar, garantir, assegurar. Também esta dito que Educação e Segurança são deveres do Estado. Cresci acreditando na utopia de ver uma sociedade igualitária. Cada vez estou vendo o outro extremo. E não participo disto à distancia não, vejo no batente diário. Falávamos de crianças e sofrimento. Volto a isto. Uma das crianças assistidas pela Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos não encontrou qualquer possibilidade de atendimento odontológico por ser portador de déficit mental. Não encontrou qualquer unidade hospitalar que o aceitasse. Em situação de extremo abandono odontológico pode-se inicialmente culpar a família ; em seguida, poderemos dizer que os profissionais que o viram poderiam ter feito um encaminhamento para uma unidade hospitalar capacitada antes que as conseqüências fossem maiores; verifique-se as condições do município que ele vive que nada oferece e faz parte deste paraíso chamado Bahia.
Quando chegou a Salvador, já com os dentes em estágio avançado de caries, com dores violentas causadas pela exposição das partes mais sensíveis, já não podia beber água nem comer. O resultado foi a desidratação, a desnutrição e a dor. Peregrinamos por aqui também. Ele agora esta internado, mas não para tratar os dentes e sim de uma infecção generalizada. Quando termino de escrever este cotidiano tenho dúvidas quanto as possibilidades de sobrevivência. Mas estou torcendo por um final feliz. Afinal, aqui no Brasil parece que estamos destinados a sermos torcedores de uma Pátria amada, idolatrada mas desrespeitada diariamente pelas ações de todos, diretamente ou indiretamente envolvidos nas questões que envolvem a sociedade. Chegamos em um momento em que as organizações não governamentais tem mais confiabilidade que qualquer organização publica. Que a boa vontade do cidadão e mais forte do que as exigências legais. O voluntariado deve prevalecer, somar para encontrar soluções, saídas, caminhos, e sobretudo não se deixar vencer pelo pessimismo de muito e do otimismo e riso cínico dos guardiães do capitalismo._____________________________________Vera Mattos - Jornalista/Psicanalista. Presidente da Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos. Artigo publicado na Tribuna da Bahia. e-mail: fundacaojaqueira@yahoo.com.br
Esta é a pergunta que faço todos os dias. Pergunto a mim mesma, pergunto aos amigos, companheiros de luta, aos militantes de inúmeras causas. Criança tem que sofrer ? Claro que ninguém responde que sim, que criança deve sofrer por ser apenas o inicio da viagem do ser humano , por si só solitária , em sua eterna busca. Mas existem sofrimentos que me incomodam bastante pois que me sinto com a culpa do mundo, embora compreenda plenamente que o mundo é grande e afinal eu sou apenas uma partícula deste processo que envolve vida e morte. Tenho portanto todas as limitações e me destituo de arrogância para envolver a relação culpa e poder. De fato somos todos culpados. Ou seremos adultos inocentes e portanto pacificados frente as responsabilidades pessoais e coletivas. Cada qual que se encaixe e busque seu dilema. O meu mais imediato impulso é desejar entender porque os pacientes em déficit mental são tão discriminados.
Vejamos este caso: uma criança que apresenta TDAH – Transtorno Déficit Atenção Humana com hiperatividade e/ou desatenção exige extremamente da família. Geralmente, um dos pais abdica da vida profissional para cuidar do filho. E começa a peregrinação para chegar-se a um diagnostico e a um tratamento. Em outras ocasiões a família se desfaz , a família não suporta o peso, fica com a criança o mais corajoso, o que deixa prevalecer o amor. Mas em sociedade onde o capitalismo selvagem impera, somente amor não basta, é preciso dinheiro, muito dinheiro para dar conta de tantas exigências.
Como o tratamento deve ser plural, interdisciplinar, fica impossível para as famílias de baixa renda, e de classe média, se é que isso ainda existe, comprometer parte do tratamento. Na nossa Constituição esta previsto que Saúde é dever do Estado propiciar, garantir, assegurar. Também esta dito que Educação e Segurança são deveres do Estado. Cresci acreditando na utopia de ver uma sociedade igualitária. Cada vez estou vendo o outro extremo. E não participo disto à distancia não, vejo no batente diário. Falávamos de crianças e sofrimento. Volto a isto. Uma das crianças assistidas pela Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos não encontrou qualquer possibilidade de atendimento odontológico por ser portador de déficit mental. Não encontrou qualquer unidade hospitalar que o aceitasse. Em situação de extremo abandono odontológico pode-se inicialmente culpar a família ; em seguida, poderemos dizer que os profissionais que o viram poderiam ter feito um encaminhamento para uma unidade hospitalar capacitada antes que as conseqüências fossem maiores; verifique-se as condições do município que ele vive que nada oferece e faz parte deste paraíso chamado Bahia.
Quando chegou a Salvador, já com os dentes em estágio avançado de caries, com dores violentas causadas pela exposição das partes mais sensíveis, já não podia beber água nem comer. O resultado foi a desidratação, a desnutrição e a dor. Peregrinamos por aqui também. Ele agora esta internado, mas não para tratar os dentes e sim de uma infecção generalizada. Quando termino de escrever este cotidiano tenho dúvidas quanto as possibilidades de sobrevivência. Mas estou torcendo por um final feliz. Afinal, aqui no Brasil parece que estamos destinados a sermos torcedores de uma Pátria amada, idolatrada mas desrespeitada diariamente pelas ações de todos, diretamente ou indiretamente envolvidos nas questões que envolvem a sociedade. Chegamos em um momento em que as organizações não governamentais tem mais confiabilidade que qualquer organização publica. Que a boa vontade do cidadão e mais forte do que as exigências legais. O voluntariado deve prevalecer, somar para encontrar soluções, saídas, caminhos, e sobretudo não se deixar vencer pelo pessimismo de muito e do otimismo e riso cínico dos guardiães do capitalismo._____________________________________Vera Mattos - Jornalista/Psicanalista. Presidente da Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos. Artigo publicado na Tribuna da Bahia. e-mail: fundacaojaqueira@yahoo.com.br
DROGAS: O SENTIMENTO DOS USUÁRIOS.
Ele chegou dizendo que era vitima do Satanás. Mostrou como na noite passada tinha usado a “neve” – cocaína pura. Reproduz a forma como utiliza. Disse que desde os 14 anos se iniciou no mundo das drogas. Cola, maconha,álcool. O rosto é sofrido apesar dos 21 anos. Tem dificuldade de se expressar. Não consegue me encarar, olhar nos olhos. Tem vergonha dele. Mas ao mesmo tempo, expressa poder. Diz que conhece de tudo. Entrou no mundo do crime, entrou no mundo das drogas, do sexo, já não sabe o que acontece com ele quando entra nas rodas de drogas. Refere-se mais uma vez a Satanás: ele é o culpado ! Mas me procurou porque quer renascer. Tem 21 anos e me pede para que o ajude a deixar este elenco de hábitos, esta mistura mortal de álcool e drogas. Em sua fala, há sentimento de culpa. O rosto envelhecido. Olha para os lados,pisca os olhos, se ajeita na cadeira, mostra que esta inquieto e quer que a entrevista se acabe. De novo repete: “quero deixar o mundo do crime”. Pergunto a que crime se refere. Aumenta a ansiedade. Ele transpira, passa a mão no rosto, desconversa. Que crime? Disfarça. Responde. O uso de drogas, de todas as drogas. Acredito. Digo que acredito. O que leva ele a sentir-se assim ? Disse que deseja os objetos das pessoas, que não pode ver algo que desperte sua atenção porque deseja para ele.Gostaria de ter tudo que os outros tem. Dinheiro, poder, carro, moto. Tem boa aparência e consegue estar vivendo agora com outros homens, provavelmente mais velho.
_____________________________________
Conta que gosta de uma menina mas que ela o rejeita. Por isto usa mais droga.E em que lugar usa? Compra com que dinheiro ? Me responde que usa com os amigos, dentro do carro. Cheiram a neve ali mesmo e depois já não tem noção do que acontece.
Mas, Satanás é o culpado. Ele quer sair desta vida. Ele engana a mãe. O pai evaporou. Ele não mora mais com a família, não fez o segundo grau. Está bem vestido, cabelo bem cortado, tatuagem. Olho e vejo que é bonito.
Mas está visivelmente perturbado, já não diz coisa com coisa. O raciocínio começa a falhar.
A memória também. Demonstra uma certa agressividade.Começa a achar que corre o risco de ser entregue a polícia. Pergunto se já foi traficante. Ele responde: “já cometi todos os crimes mas não trafiquei. Compro com o meu dinheiro a droga que uso” – diz ele. Pergunto se a neve é cara. Responde que sim, que é da melhor.Vejo que olha sem parar para a minha bolsa e para o meu celular. Já não presta atenção em mais nada. Está com os olhos fixos nos objetos. Não sei se tenho medo dele ou se tenho piedade dele. Não retiro os objetos do lugar. Sei que tenho chances de ser atacada. Mas não demonstro pavor. Aquele garoto de 21 anos esta angustiado. Pergunta o que está fazendo ali. Me disse que na véspera misturou todo o tipo de bebida. Fala de sua sonolência. Pergunto se quer ir embora. Ele pergunta o que farei por ele e com ele.
Pretendo encaminhá-lo para uma instituição mais adequada que a nossa. Mas, peço que procure a família e que a mãe dele venha conversar comigo. Consegui que ele partisse com alguma serenidade da entrevista. Mas eu perdi a serenidade. A semana passada outro jovem estava entregue ao crack, que a parte pior da cocaína, o refugo, caminho certeiro da morte. Estava magro, bem magro, sem sintonia. A mãe aflita me pedia o milagre. Trazer o filho de volta para a vida. Penso em renascimento, penso em passagem, penso na Páscoa, na celebração da vida. Penso nesses jovens. Todos seguiram o mesmo caminho. Álcool, cola,maconha, cocaína, crack, êxtase.
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O nosso Programa para Adolescentes Infratores- PAI , (o nome não é irônico –pode ser uma frágil perspectiva de substituição) não tem condição de atendera demanda.
A droga está em toda esquina, disseminada em toda a sociedade. Os jovens ricos usam por opção mas sofrem igualmente. Chegam a agredir a família pois é questão de vida e morte ter dinheiro para comprar. Roubam, ameaçam. Um me disse: “quero ser trancado em casa; não quero sair para comprar”. Pergunto sobre a crise de abstinência, se sabe como será. Pergunto a família se já testemunharam alguma crise de abstinência de drogas.
São sempre as mesmas colocações. Sempre uma mãe que chora, geralmente sempre um pai mais ausente. E tem gente que diz que a droga não vicia. Gente que já teve experiência e saiu ileso. Então, acredita que qualquer outra pessoa poderá repetir o feito de sair ileso. E haja estímulo. Alguns acreditam que é fase, que logo será superada, que não há razão para desespero. Experiências de adolescentes. A geração de 70 usou. A geração de 80 usou. Todos se safaram. Todos ?Com o advento da AIDS e o reconhecimento público do nível de disseminaçãodas drogas, o que antes era paz e amor, a mistura de sexo e drogas,tornou-se combinação mortal.
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As campanhas nunca mostraram de fato uma crise de abstinência. Nunca mostraram alguém estremecendo, revirando os olhos, amarrado, em desespero. As campanhas apresentando jovens fechando portas para a droga como seestivessem fechando portas para envolvimentos afetivos. As drogas são mais poderosas que os envolvimentos afetivos, do que a hierarquia familiar.
Então, refletir é muito bom. O que fazer se, nesse momento, próximo a nossa casa alguém está usando, está comprando ou vendendo ? Os sistemas de compra ultrapassam a capacidade estratégica de qualquer sistema de marketing
Você usa? Seu marido usa ? Seu filho ou filha usam ? Seus amigos usam ? Você já parou para pensar nisto ou prefere manter-se distante da questão ? As drogas são violentas da mesma forma que a sociedade é violenta e parceira do uso. O meu desejo é que ao abrir a questão em torno dos que estão próximos, mantendo-nos disponíveis ao diálogo, possamos ser mais visíveis uns aos outros. A postura de achar que o nosso melhor amigo não usa, que nossohipócrita.
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Estamos no século XXI. Não viva como se estivesse no século passado,fingindo que estamos sempre arrodeados de boas ovelhas. Apenas decifre sequem está do seu lado é usuário, traficante, ex-usuário, curioso oucontrário às drogas.
Retirar esta conversa da roda é empurrar muitos dos que vivemos para as rodas da neve, crack, maconha e álcool , entre tantas e tantas categorias. Pense nisto.
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Vera Mattos é psicanalista/Jornalista e presidente da Fundação Maria LúciaJaqueira de Mattos.E-mail : fundacaojaqueira@yahoo.com.br
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Conta que gosta de uma menina mas que ela o rejeita. Por isto usa mais droga.E em que lugar usa? Compra com que dinheiro ? Me responde que usa com os amigos, dentro do carro. Cheiram a neve ali mesmo e depois já não tem noção do que acontece.
Mas, Satanás é o culpado. Ele quer sair desta vida. Ele engana a mãe. O pai evaporou. Ele não mora mais com a família, não fez o segundo grau. Está bem vestido, cabelo bem cortado, tatuagem. Olho e vejo que é bonito.
Mas está visivelmente perturbado, já não diz coisa com coisa. O raciocínio começa a falhar.
A memória também. Demonstra uma certa agressividade.Começa a achar que corre o risco de ser entregue a polícia. Pergunto se já foi traficante. Ele responde: “já cometi todos os crimes mas não trafiquei. Compro com o meu dinheiro a droga que uso” – diz ele. Pergunto se a neve é cara. Responde que sim, que é da melhor.Vejo que olha sem parar para a minha bolsa e para o meu celular. Já não presta atenção em mais nada. Está com os olhos fixos nos objetos. Não sei se tenho medo dele ou se tenho piedade dele. Não retiro os objetos do lugar. Sei que tenho chances de ser atacada. Mas não demonstro pavor. Aquele garoto de 21 anos esta angustiado. Pergunta o que está fazendo ali. Me disse que na véspera misturou todo o tipo de bebida. Fala de sua sonolência. Pergunto se quer ir embora. Ele pergunta o que farei por ele e com ele.
Pretendo encaminhá-lo para uma instituição mais adequada que a nossa. Mas, peço que procure a família e que a mãe dele venha conversar comigo. Consegui que ele partisse com alguma serenidade da entrevista. Mas eu perdi a serenidade. A semana passada outro jovem estava entregue ao crack, que a parte pior da cocaína, o refugo, caminho certeiro da morte. Estava magro, bem magro, sem sintonia. A mãe aflita me pedia o milagre. Trazer o filho de volta para a vida. Penso em renascimento, penso em passagem, penso na Páscoa, na celebração da vida. Penso nesses jovens. Todos seguiram o mesmo caminho. Álcool, cola,maconha, cocaína, crack, êxtase.
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O nosso Programa para Adolescentes Infratores- PAI , (o nome não é irônico –pode ser uma frágil perspectiva de substituição) não tem condição de atendera demanda.
A droga está em toda esquina, disseminada em toda a sociedade. Os jovens ricos usam por opção mas sofrem igualmente. Chegam a agredir a família pois é questão de vida e morte ter dinheiro para comprar. Roubam, ameaçam. Um me disse: “quero ser trancado em casa; não quero sair para comprar”. Pergunto sobre a crise de abstinência, se sabe como será. Pergunto a família se já testemunharam alguma crise de abstinência de drogas.
São sempre as mesmas colocações. Sempre uma mãe que chora, geralmente sempre um pai mais ausente. E tem gente que diz que a droga não vicia. Gente que já teve experiência e saiu ileso. Então, acredita que qualquer outra pessoa poderá repetir o feito de sair ileso. E haja estímulo. Alguns acreditam que é fase, que logo será superada, que não há razão para desespero. Experiências de adolescentes. A geração de 70 usou. A geração de 80 usou. Todos se safaram. Todos ?Com o advento da AIDS e o reconhecimento público do nível de disseminaçãodas drogas, o que antes era paz e amor, a mistura de sexo e drogas,tornou-se combinação mortal.
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As campanhas nunca mostraram de fato uma crise de abstinência. Nunca mostraram alguém estremecendo, revirando os olhos, amarrado, em desespero. As campanhas apresentando jovens fechando portas para a droga como seestivessem fechando portas para envolvimentos afetivos. As drogas são mais poderosas que os envolvimentos afetivos, do que a hierarquia familiar.
Então, refletir é muito bom. O que fazer se, nesse momento, próximo a nossa casa alguém está usando, está comprando ou vendendo ? Os sistemas de compra ultrapassam a capacidade estratégica de qualquer sistema de marketing
Você usa? Seu marido usa ? Seu filho ou filha usam ? Seus amigos usam ? Você já parou para pensar nisto ou prefere manter-se distante da questão ? As drogas são violentas da mesma forma que a sociedade é violenta e parceira do uso. O meu desejo é que ao abrir a questão em torno dos que estão próximos, mantendo-nos disponíveis ao diálogo, possamos ser mais visíveis uns aos outros. A postura de achar que o nosso melhor amigo não usa, que nossohipócrita.
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Estamos no século XXI. Não viva como se estivesse no século passado,fingindo que estamos sempre arrodeados de boas ovelhas. Apenas decifre sequem está do seu lado é usuário, traficante, ex-usuário, curioso oucontrário às drogas.
Retirar esta conversa da roda é empurrar muitos dos que vivemos para as rodas da neve, crack, maconha e álcool , entre tantas e tantas categorias. Pense nisto.
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Vera Mattos é psicanalista/Jornalista e presidente da Fundação Maria LúciaJaqueira de Mattos.E-mail : fundacaojaqueira@yahoo.com.br
A Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos foi criada em homenagem a educadora que destacou-se na luta pela democratização da educação, alfabetização de adultos e implantação de ensino noturno. A Fundação Jaqueira está voltada para a defesa dos direitos e interesses da terceira idade. Psicólogos, psicanalistas, médicos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, advogados e jornalistas compõem o quadro de voluntários da Fundação. Seja mais um voluntário!
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