sexta-feira, 29 de abril de 2011

Gaspar Sador: o eterno pároco de Nossa Senhora da Vitória.

Foto: Vera Mattos


Gaspar Sadoc da Natividade nasceu em 1916,
em Santo Amaro da Purificação. Em 1929, antes de
completar 13 anos, mudou-se para Salvador, onde fez o
curso básico no Seminário Menor São José, e filosofia
e teologia no Seminário de São José Maior.
Ordenado em 1941, foi o primeiro vigário da Paróquia
de São Cosme e São Damião, na Liberdade,
onde ficou por sete anos. Depois, foi ajudar a construir
a Paróquia Cristo Rei São Judas Tadeu, na Baixa de
Quintas, e permaneceu no local por 17 anos. De lá,
saiu para a Paróquia Nossa Senhora da Vitória, onde
até hoje celebra missas e embevece a assistência de
fiéis como um dos maiores oradores que a Bahia já
produziu.
Como professor de latim ou história, lecionou
no Ginásio Dom Macedo Costa e colégios da Policia
Militar e Sofia Costa Pinto, além da Escola Técnica.
Foi também mestre de vários padres e bispos da arquidiocese.
É porque a Bahia está em festa nesse dia – e
o Senado não pode faltar a ela – que apresento o
presente Requerimento de Congratulações ao Padre
Sadoc, à Paróquia de Nossa Senhora da Vitória e ao
povo baiano.

Monsenhor Sadoc internado na UTI do Hospital Aliança


O monsenhor Gaspar Sadoc está internado na unidade de tratamento intensivo do hospital Aliança, em Salvador. O pároco de 95 anos foi hospitalizado na tarde de quinta-feira, 28, com um quadro de infecção urinária. A saúde do religioso ficou abalada após ele ser operado da coluna no final do ano passado.

Ele ainda sofreu uma fratura no fêmur. O padre comandou por muitos anos a Igreja da Vitória, no Largo da Graça, até se aposentar. A administração do hospital informou na noite de quinta que não poderia dar informações sobre o estado de saúde do religioso nem informou se foi divulgado algum boletim médico.

De acordo com informações não oficiais, monsenhor Sadoc estava na noite de quinta na UTI, mantido entubado e sob o efeito de sedativos.

Oratória - Padre Sadoc, como também é conhecido, ganhou notoriedade pela boa retórica evidenciada em parábolas e exemplos citados nas missas celebradas. Seu bom humor sempre atraiu um grande número de fiéis à Paróquia da Vitória, da qual foi ministro durante muitos anos.

Padre Sadoc: "A Bahia deve respeitar Arlette".

Claudio Leal


Alto, postura de príncipe da Roma Negra, o monsenhor Gaspar Sadoc se integrou à alta sociedade baiana desde que assumiu a Paróquia da Vitória, em Salvador. A poucos passos de sua igreja - uma das primeiras construções da capital -, fica o prédio da viúva do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, Arlette.

A relação de Sadoc com a família vem dos anos 50. Batizou e casou quase todos os membros do clã Magalhães. Gaspar é irmão de Baltazar e Belchior. Seu pai registrou os filhos com os nomes dos três reis magos. E talvez ele seja um pouco rei e mago para as senhoras do jet-set baiano. Aconselha, ilumina caminhos. Na Bahia, é mais conhecido que o próprio arcebispo.

Veja também:
» ACM Jr. responde à irmã Tereza: "É mentira"
» A história da devassa judicial na casa de ACM

Convidado a opinar sobre a devassa judicial no apartamento da viúva de ACM, em ação de arrolamento de bens movida pela herdeira Tereza Helena, Gaspar Sadoc eleva o tom da voz e exige que a cordialidade baiana seja respeitada:

- Qualquer um de nós pensa que é uma coisa desagradável, até de um certo modo inestética. Em sã consciência, ninguém vai aprovar! Um caso como aquele, para uma senhora, da maneira como foi feita, não é digno da Bahia, não! - brada Sadoc, em entrevista a Terra Magazine.

Na homilia da missa de corpo presente do ex-senador ACM, em julho de 2007, ele já havia esboçado o cenário da sucessão do patriarca. Comparou-o a Alexandre, esse mesmo, o Magno.

"Eu me lembro, agora, quando Alexandre, o Alexandre Magno, estava morrendo. Então lhe perguntaram a quem cabia, a quem cabia a sucessão. E Alexandre tirou o seu anel e disse: 'Deixo para o mais digno, para o mais digno'".

Ontem, o senador Antonio Carlos Júnior decidiu entrar com um processo contra a irmã, Tereza, por difamação. Em nota pública, o advogado André Barachisio Lisboa afirmou que Tereza notou a ausência de obras de arte no apartamento do pai e alegou ter sido afastada da partilha de bens. Atento a esse cenário, Sadoc retorna à imagem da homilia:

- Estavam os generais todos: quem vai substituí-lo? Perguntaram a Alexandre Magno e ele respondeu: "Deixo meu anel para o mais digno". É isso aí.

Já aposentado, embora celebre a missa das 8h, Padre Sadoc comemora 92 anos no próximo dia 20 de março. Prefere não dar conselhos aos filhos de ACM e Arlette; recomenda apenas a voz da "consciência coletiva". Mas tem uma opinião formada sobre o método que o velho Antonio Carlos usaria para resolver o conflito agravado pela ação de Tereza e seu marido César Matta Pires, dono da construtora OAS.

- Se ele estivesse vivo, não acontecia nada disso! (risos e risos)

Com a palavra, monsenhor Sadoc: "A Bahia não é isso, não. Que diabo é isso?". Leia a entevista.

Terra Magazine - O que o senhor achou da invasão judicial na casa da viúva do ex-senador ACM, Arlette Magalhães?
Gaspar Sadoc - Olha, meu filho, qualquer um de nós pensa que é uma coisa desagradável, até de um certo modo inestética. Em sã consciência, ninguém vai aprovar! Um caso como aquele, para uma senhora, da maneira como foi feita, não é digno da Bahia, não! A Bahia não é isso, não. Que diabo é isso? A Bahia é uma coisa educada, elevada. Aquilo é afronta. Não se faz aquilo. A maneira de fazer é que se é contra. Ninguém vai contra a decisão judicial. Não estou discutindo a questão judicial, é a maneira como foi feita.

O senhor é o sacerdote de quase toda a família... Batizou, casou...
Eu conheço a família há não sei quantos anos! Desde que Antonio Carlos era deputado estadual (em 1954), eu conheço. Sou amigo da família. Nunca fui político, não quero ser político. Gostava dele. Eu era amigo dele, nunca pelo lado político.

O que recomenda aos filhos?
Eu não diria nada aos filhos, não. Olhe, isso é um caso que ninguém precisa falar. A consciência coletiva é que fala. Não precisa dizer palavras. Primeiro que eu não sou chamado pra julgar caso pessoal, nem ninguém está me perguntando. Se eles me perguntassem, eu diria: "Aí a consciência coletiva fala".

Na homilia da missa de corpo presente, o senhor comparou ACM a Alexandre Magno na escolha de seu sucessor. Como é a história?
É... Alexandre Magno disse: "Deixo (o anel) para o mais digno". Estavam os generais todos: quem vai substituí-lo? Perguntaram a Alexandre Magno e ele respondeu: "Deixo meu anel para o mais digno". É isso aí. Você tem uma boa memória.

Como ACM resolveria essa questão?
Se ele estivesse vivo?

É.
Se ele estivesse vivo, não acontecia nada disso! (risos e risos)

Já se solidarizou com Arlette Magalhães?
Já falei com ela, nesse instante. Procurei no dia mesmo, mas ela não estava, viajou. Um amigo me deu o telefone e eu falei. Mas não há palavra que possa corresponder ao sentimento. A gente sente não é por causa disso ou daquilo; independente de tudo, é uma digna dama da Bahia, três vezes primeira-dama da Bahia. Respeite-se a quem nos respeita. Ela passou anos respeitando a Bahia, a Bahia tem que respeitá-la. Ora, droga!

Terra Magazine


Sexta, 14 de março de 2008, 15h20

Gaspar Sadoc:"Em nenhuma religião se pode querer perfeição. "

O HOMEM É UMA OBRA-PRIMA FEITA POR DEUS

Por Cíntia Kelly

Há quanto tempo o senhor está na vida religiosa?
Monsenhor Gaspar Sadoc – Fui ordenado em 1941. Em 42 eu tomei posse da primeira paróquia, que foi no bairro da Liberdade. Naquela época, era um lugar cheio de criança, havia falta de água, mas gostei muito de ter estado lá. Depois fui para a Igreja de São Judas Tadeu, em Baixa de Quintas, onde nós construímos o Santuário de São Judas Tadeu. Foi lá que aprendi a conviver com outras religiões. Fiquei lá durante 18 anos e depois vim para a Vitória.

Bom, o senhor antes de ir para Vitória fez um trabalho religioso em duas comunidades pobres. A relação entre o senhor e os fiéis é diferente de um lugar para outro?
MGS – Não, de forma alguma. Na verdade as pessoas são iguais independentemente do lugar em que elas vivem. Existe pobre bom e pobre ruim. Existe rico bom e rico ruim. E esses dois estão presentes na Igreja.

O senhor é padre secular. Como vê a Renovação Carismática?
MGS – Depende do modo que é feito, de quem está administrando. As coisas na vida podem ser boas ou ruins. A Carismática ajuda a rezar. Agora, quando não tem o espírito concentrativo não é bom. A oração é estar sintonizado com Deus.

Por essa linha de raciocínio, o senhor não parece ser contra as outras religiões.
MGS – Estando em sintonia com Deus a gente respeita. Cada ser humano é uma obra-prima que Deus fez. E eu respeito muito isto.

O senhor tem alguma crítica a fazer ao catolicismo?
MGS – Não. Em nenhuma religião se pode querer perfeição. São homens que estão à frente. A maior grandeza e beleza é saber que a igreja é feita pelo homem e, ainda assim, é santa. Ela é santa pela sua doutrina, pelo seu espírito. O espírito de Deus. Porque todos nós somos pecadores. Perfeito só Deus. O Espírito Santo é quem sustenta a Igreja, nós apenas somos os colaboradores.

O senhor tem leveza para falar de religião. Como tem visto a intolerância religiosa?
MGS – Para mim é ‘curteza’ de cabeça. Não é maldade. A burrice é pior do que a maldade, porque quem é mau pode se transformar e querer fazer o bem. E quem nasce burro não muda. Morre deste jeito.

A Igreja Católica tem colhido assinatura de fiéis contra a lei do aborto. O que o senhor pensa sobre esse tema?
MGS – Sou contra o aborto. Mas não porque sou católico ou por ser padre. Sou contrário porque é uma lei de Deus. Ele disse: Não matarás. E a partir do momento em que o espermatozóide se encontra com o óvulo já existe uma vida. Dali vai nascer um homem. Você já viu alguém plantar banana e nascer abacaxi? Inevitavelmente dali vai nascer um ser humano. É uma questão de lógica.

O senhor teve alguma dúvida quando se tornou padre? O senhor teve namoradas?
MGS – Namorar? De forma alguma. Entrei no seminário com 12 anos, não tive tempo de pensar nisto (risos). Com 12 anos a gente pensa em ser várias coisas. Queria ser advogado e policial. Até hoje paro para assistir uma parada. Agora, meus pais eram muito religiosos e isso me influenciou bastante.

Vamos mudar um pouco de assunto. O senhor era muito amigo do senador Antonio Carlos Magalhães (falecido no dia 20 de julho). Era uma amizade apenas pessoal ou tinha alguma coisa a ver com a política?
MGS – Nada de política. Tenho horror a política. Eu nunca perguntei para o Antonio Carlos qual era o partido dele. Isso era problema dele. Eu simplesmente gostava dele. Ele podia ser do partido ‘popopo’ do partido ‘pipipi’, que para mim era indiferente. A minha amizade com ele é a mesma que eu posso ter com outro padre. Na minha vida tenho pouquíssimos amigos. Amizade não é algo gratuito como o amor. Para eu ser amigo de algum esse alguém tem que querer ser meu amigo também. No amor isso não funciona. A pessoa pode amar alguém e não ser amado por ela. Na amizade a gente não quer saber se o nosso amigo é bom ou ruim.

A amizade de vocês surgiu como?
MGS – Começou há pouco mais de 40 anos, quando dom Eugênio Sales era Cardeal. Passei a acompanhá-lo. Na época Antonio Carlos começou a fazer a Bahia crescer. Então o acompanhava fazendo o trabalho religioso. Ele fazia a Bahia crescer politicamente e nós, religiosamente. A partir daí comecei a celebrar a missa do aniversário dele, que era na Igreja do Bonfim, depois passou a ser no Pelourinho. Amigo que é amigo sabe o que é bom e o que é ruim do outro. O que é bom a gente aplaude e o que não é a gente chama e conversa e chama a atenção.

Em algum momento senhor deixou de aplaudir ACM?
MGS – Algumas vezes sim. Se eu não estivesse de acordo eu dizia a ele. Nunca tive problema com isso.

Ele aceitava o que o senhor dizia com facilidade?
MGS – Aceitava com muita tranqüilidade e equilíbrio emocional. Aliás, eu nunca o vi desequilibrado emocionalmente.

ACM confessava-se ao senhor, padre?
MGS – (risos) Não. Não. Amigo não se confessa a amigo. Eu o aconselhava a se confessar com outros padres. Na verdade, a gente conhece a alma de um amigo.

Monsenhor Gaspar Sadoc está internado na UTI do Hospital Aliança.

Redação CORREIO

Uma pessoa próxima ao monsenhor Gaspar Sadoc informou que ele teve uma leve melhora no seu estado de saúde, de acordo com informações da Tv Bahia. O monsehor está internado desde esta quarta-feira (27) na UTI do hospital Aliança, em Salvador. O pároco de 95 anos foi hospitalizado com um quadro de infecção urinária.

A saúde do padre ficou abalada após ele ser operado da coluna no final do ano passado. O monsenhor ainda sofreu uma fratura no fêmur. O padre comandou por muitos anos a igreja da Vitória, no largo da Graça, até se aposentar.


http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-2/artigo/monsenhor-gaspar-sadoc-apresenta-melhora-mas-continua-internado-na-uti/

Monsenhor Gaspar Sadoc está internado na UTI, em Salvador.

O padre de 95 anos está com infecção urinária.
Sadoc está sedado e entubado porque está muito debilitado.
Graça Campos
Do G1 BA

imprimir O monsenhor Gaspar Sadoc, de 95 anos, foi internado na tarde desta quarta-feira (27), no Hospital Aliança, na av. Antônio Carlos Magalhães, em Salvador. O padre está debilitado desde quando foi operado da coluna em outubro de 2010 e logo depois fraturou o fêmur.

O padre de 95 anos está com infecção urinária.
Sadoc está sedado e entubado porque está muito debilitado.


Na tarde desta quarta (27), monsenhor Sadoc apresentou um quadro de infecção urinária e foi internado. Ele está na UTI, do Hospital Aliança sendo mantido entubado e sedado.



Monsenhor Sadoc foi ordenado padre em 1941, iniciando sua vida religiosa na paróquia da Liberdade, em Salvador. De lá foi para a igreja de São Judas Tadeu, no bairro da Baixa de Quintas onde construiu o Santuário de São Judas Tadeu e passou 18 anos. Segundo o monsenhor, foi na igreja de São Judas Tadeu que ele aprendeu a conviver com as outras religiões. Monsenhor Sadoc se aposentou na igreja da Vitória, no bairro da Graça, um dos mais tradicionais de Salvador.


http://g1.globo.com/bahia/noticia/2011/04/monsenhor-gaspar-sadoc-esta-internado-na-uti-em-salvador.html