quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

URGENTE! COMO ORIENTAR SEUS FILHOS. PREVENÇÃO DO ABUSO SEXUAL.


Dossiê :. Sabe-se que a maior parte dos abuxos sexuais contra as crianças é praticada pelos próprios pais. Nesse sentido, dizer à criança que suas partes íntimas não devem ser tocadas por ninguém a não ser elas, o médico ou os pais poderia não ser muito eficaz. A criança deveria aprender a comunicar caso qualquer pessoa a toque de maneira desagradável ou que considere fora do comum.

PREVENÇAO DO ABUSO SEXUAL.

PREVENÇÃO DE ABUSO SEXUAL

Quatro pontos principais precisam ser ensinados a crianças:


1. Acredite nos seus sentimentos Diga Não!
2. Fuja!
3. Conte e continue contando até que alguém escute e acredite em você.
4. Nunca é sua culpa se alguém a/o tocar inapropriadamente.

Tente pensar em muitas possíveis situações que poderiam acontecer e brinque de "O que aconteceria se..." com sua criança de forma que ela esteja atenta do que fazer se alguém a fazer se sentir incomodada.

Quando uma criança alcança a idade de três anos, elas deveriam estar aprendendo a entender e respeitar o corpo delas e deveriam ser ensinados os nomes para as partes do corpo. A idéia principal é ensinar que as "partes íntimas" são qualquer parte delas que estejam cobertas por sunga ou bikini/ maiô. Elas precisam saber que partes íntimas nunca deveriam ser tocadas por ninguém a não ser elas, o médico ou os pais.

É mais provável que o abusador sexual da criança será alguém que a criança conheça e confie, ao invés de um total desconhecido. Na maioria dos casos, até mesmo na Internet, o predador fará um esforço para saber tudo sobre a criança antes de pedir para as conhecer.



. texto extraído do web site da organização Rocky Mountain Information Locator, a antiga organização sem fins lucrativos conhecida como Pedowatch.

SINAIS DE ABUSO SEXUAL .

SINAIS DE ABUSO SEXUAL .


PREVENÇÃO DE ABUSO SEXUAL

Se você é pai, mãe ou responsável e suspeita que sua criança está sofrendo abuso, você precisa contatar autoridades apropriadas o mais cedo possível em sua área.

Se você for uma criança ou adolescente que estão sofrendo abusos, você precisa falar o mais cedo possível para um adulto de confiança. Isto pode incluir o pai ou a mãe, um membro da família, professor, conselheiro escolar ou um policial. Se você conta para alguém e aquela pessoa não escuta ou não acredita, conte para outra pessoa. Continue contando até alguém te ajudar. Lembre-se, nunca é sua culpa!

Um ou mais dos comportamentos seguintes pode indicar que uma criança foi vítima de abuso sexual e ainda pode estar sofrendo o abuso:

. Brincadeira sexual persistente com outras crianças, elas próprias, brinquedos ou animais.

. Dor inexplicada, inchaço, sangramento ou irritação na boca, área genital ou anal; infecções urinárias; doenças sexualmente transmissíveis.

. Conhecimento sexual exibido por linguajar ou comportamento que estão além do que é normal para a idade delas.

. Medo ou aversão de certas pessoas ou lugares. Atividade sexual ou gravidez precoce.

. Droga ou problemas com álcool.

ROBERTO APOLÔNIO DA COSTA ESTÁ FORAGIDO.


ROBERTO APOLÔNIO DA COSTA ESTÁ FORAGIDO. TÊM TRÊS FILHOS – DOIS RAPAZES E UMA MENINA. É CASADO COM UMA MULHER DE NOME LUCIANA. SE VOCÊ TIVER QUALQUER INFORMAÇÃO SOBRE SEU PARADEIRO, DENUNCIE ATRAVÉS DO E-MAIL:

centrais@kids-denuncia.org.br

AS DENÚNCIAS PODEM SER ANÔNIMAS.


. Helena luta há três anos para colocar na cadeia homem que estuprou a filha de 13 anos num vídeo pornográfico

Quando tinha 13 anos, a menor V, filha do comerciante M.A. e da dona-de-casa Maria Helena da Silva Arjona, começou a apresentar um comportamento estranho: Não queria mais ir à escola, passou a ter febre psicológica, a chorar por qualquer motivo e só conseguia dormir abraçada à mãe. Alertada pelo marido, Helena perguntava à filha se estava acontecendo algo de anormal. Mas a menina negava. Helena atribuiu a mudança de comportamento ao fato de terem ido morar no morro de São Carlos, depois de perderem a casa num incêndio. V. estranhou muito o novo ambiente. Um dia, finalmente tomou coragem e preveniu a mãe:


“O Roberto e o Tavinho estão ameaçando fazer uma montagem de retratos comigo...”


Roberto Apolônio da Costa, casado, pai de três filhos, era, em 1996, o presidente da Associação de Moradores do morro de São Carlos. E Otávio Barros Filho, conhecido como Tavinho, fazia lotações numa kombi comunitária. Helena procurou Roberto para saber que fotos eram aquelas. Segundo ela, ao invés de explicações, recebeu ameaças:


“Sua filha fala demais. E a senhora fala mais do que ela. Cuidado que quem fala demais aqui no morro, morre!”


Não tardou a explodir o escândalo. A própria V. chegou em casa contando à mãe que Roberto e Tavinho estavam ameaçados de morte por alguns integrantes da comunidade. Naquele mesmo dia Helena foi procurada por uma vizinha que contou que V. estava envolvida na gravação de um vídeo onde meninas, todas menores de idade, apareciam fazendo sexo com Roberto. Uma, inclusive, era excepcional, tinha por volta de 10 anos, e aparecia na fita tendo relações sexuais com Roberto em companhia da própria mãe. A ex-mulher de Roberto estava exibindo as fitas mediante o pagamento de R$ 2,00. O presidente da Associação de Moradores fugiu quando a história se espalhou.

Pressionada pela mãe, V. acabou confessando que estava sendo ameaçada de morte por Roberto, que também obrigou-a a participar da gravação do vídeo. Um dia, segundo a menina, quando saía para a escola, Roberto se aproximou fingindo que ia entregar uma correspondência, apontou-lhe um revólver e forçou-a a entrar na kombi de Tavinho. Levada para um apartamento no Estácio (zona-norte do Rio de Janeiro) a menina foi posta para assistir gravações pornográficas de outras meninas da comunidade para que fizesse igual. Como se negou, V. foi estuprada e obrigada a mastigar chicletes para simular uma expressão de prazer. Virgem, V. contou à mãe que apanhou muito de Roberto, que acusou-a de não saber fazer nada. A violência repetiu-se ainda uma segunda vez. A menina nada contou em casa porque Roberto ameaçou matar Helena.


“Aquele foi o pior dia da minha vida – lembra Helena. A gente cria uma filha com todo o cuidado e chega um monstro desses... Meu marido chegou a passar mal. Quando ele melhorou nós tiramos nossa filha de casa e a levamos naquele mesmo dia para Magé, para a casa de uma comadre. Eu e meu marido passamos a procurar Roberto por todos os cantos. Eu não dormia, emagreci 15 quilos. Procurei Dr. Cristina Leonardo no Centro Brasileiro e quando ela assistiu a fita, denunciou o caso para o Ministério Público do Rio de Janeiro. A polícia espalhou fotos de Roberto por tudo que é canto, mas ele continua foragido. Quando comecei a dar entrevista na imprensa ele me telefonou e ficou ameaçando:“ Me aguarde! Respondi: Estou te aguardando mesmo. Não vejo a hora de topar com você.”


V. parou de estudar, morou uns tempos com a avó em Minas Gerais e ainda passou pela humilhação de ouvir comentários maldosos no morro. Mas era sempre defendida pela corajosa mãe.


“ Uma vez peguei um pedaço de pau e fui enfrentar os bandidos. Eles viam minha filha passar e ficavam fazendo chacota. Diziam que a tinha visto na fita, que queriam fazer o mesmo com ela. Quando os ameacei com um pedaço de pau, nunca mais ninguém se atreveu a comentar. Até uma promotora insinuou que minha filha gravou a fita porque quis. Isso porque vivemos numa país em que a vítima acaba se transformando em réu. Quero justiça, mas não acredito nela. A Justiça no nosso país é muito falha. Só acredito na Justiça de Deus.”


Hoje, V. voltou a estudar e a morar na casa dos pais. Helena garante que ela nunca se recuperou psicologicamente. Ficou grávida de Roberto, mas perdeu o bebê, num aborto expontâneo, logo no início da gestação. O maior sonho da vida da menina é ver seu aliciador pagando pelo crime que cometeu.


“O Tavinho chegou a ser preso, mas como não aparecia no vídeo, não existem provas contra ele. As meninas que foram estupradas por Tavinho ficaram com medo de denunciar. Eu fui a única que levou o caso adiante. As vezes algumas das mães me dizem que sou a bandeira delas. Sou bandeira da minha filha. E não tenho medo nenhum. Só descanso quando Roberto estiver atrás das grades. E não é sentimento de vingança, não! Descobri que ele já fez o mesmo em Iguaba. E agora deve estar fazendo com outras meninas o mesmo que fez com minha filha” – finaliza Helena.

Autora : Wal Ribeiro
Jornalista e coordenadora do site Kids-Denúncia
Publicado em um dos editoriais do site Kids-Denúncia

DENÚNCIAS CONTRA PEDÓFILOS.

Você também pode procurar o Conselho Tutelar ou o/a Promotor/a de Justiça de seu município.


DENÚNCIAS 1 . Página da Campanha contra a pornografia infanto-juvenil na Internet, promovida pela Procuradoria da República no Distrito Federal, pela Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, pela Divisão de Direitos Humanos do Departamento de Polícia Federal e pelos Provedores de Internet do Distrito Federal. Denúncias por e-mail.




DENÚNCIAS 2 . Página da Campanha contra a pornografia infanto-juvenil na Internet, promovida pela Procuradoria da República no Paraná, pela Divisão de Direitos Humanos do Departamento de Polícia Federal e pelos Provedores de Internet no Estado do Paraná. Denúncias de websites através de formulário on line ou e-mail.



DENÚNCIAS 3 . Serviço supervisionado e mantido pelo PROSex: Programa de Reabilitação e Orientação Sexual. Denúncias de websites através de formulário on line.


KIDS-DENÚNCIA . ONG voltada para a defesa dos direitos da criança e do adolescente através da rede, e de combate ao crimes cibernéticos. Denúncias através de formulário on line de crimes cometidos contra a criança e o adolescente (aliciamento, prostituição infanto-juvenil, abuso de imagem, tráfico internacional de seres humanos, entre outros).




ASACP . em inglês . " Adult Sites Against Child Pornography ". Denúncias de websites através de formulário online.



NCMEC . em inglês . " National Center for Missing & Exploited Children " Cybertipline. Um dos mais completos sites de denúncias sobre crimes sexuais cometidos contra crianças via Internet. Denúncias através de formulário on line sobre websites, pessoas, canais de IRC, FServers, salas de pate-papo, Newsgroups, FTPs.

OLHAR MASCULINO PERVERSO

OLHAR MASCULINO PERVERSO

O desejo erótico de posse da menina, da moça jovem, freqüentemente é uma das variantes da patologia sexual do macho. É curioso que, raramente, se observe o fenômeno inverso. A mulher adulta e madura não se interessa, sexualmente, pelo menino ou pelo jovenzinho. Inclusive o que se percebe, também, é que o interesse e o olhar cobiçoso do homem aumenta com a idade, chegando ao paroxismo da velhice. Na Antigüidade existia a violência da posse gerontocrática pelas virgens recém-entradas na puberdade.

Manifestação libidinosa muito ligada à impotência concreta, o olhar desejoso em relação à infância revela uma fantasia de domínio absoluto e transgressão. É como se a inocência da menina pudesse excitar a fragilidade do homem inseguro quanto à sua própria identidade sexual.
Traduzindo de forma objetiva, trata-se de doença e lesão no desenvolvimento da sexualidade e da personalidade, que pode se associar a comportamento doloso de natureza criminal. Esta realidade precisa ser verificada com cautela para que o criminoso não se acoberte, debaixo das atenuantes de problemática emocional.

A posse sexual de menor, a sedução, o assédio, são formas torpes de manipulação do corpo inocente. Tanto a civilização grega como a modernidade são vivências éticas ambivalentes sobre esta questão. Nabokov criou a figura da "lolita", a ninfeta tentadora.
A publicidade, principalmente a da TV, avacalha os cânones morais e usa as crianças muitas vezes com o apoio familiar para transformá-la em mercadoria e consumo.

Mas quem se sensibiliza e trata o tarado corretamente é o criminoso comum que não perdoa este crime infame, dando-lhe o corretivo na prisão.

Existe uma correlação entre machismo desbragado, autoritarismo e perversidade sexual voltada contra a criança: são frutos dementes e delinquenciais da onipotência.

EM TEMPO: Uma certa revista, certa vez, censurou a publicação deste artigo, com alegações incertas.

Autor: Jacob Pinheiro Goldberg
. Ph.d. em psicologia

O QUE É PEDOFILIA?

Distúrbio de conduta sexual, onde o indivíduo adulto sente desejo compulsivo, de caráter homossexual (quando envolve meninos) ou héterossexual (quando envolve meninas), por crianças ou pré-adolescentes.

Este distúrbio ocorre na maioria dos casos em homens de personalidade tímida, que se sentem impotentes e incapazes de obter satisfação sexual com mulheres adultas.

Muitos casos são de homens casados, insatisfeitos sexualmente. Geralmente são portadores de distúrbios emocionais que dificultam um relacionamento sexual saudável com suas esposas.

O portador de Pedofilia se sente seguro na ação sexual e no controle da situação diante da criança. A maioria dos casos constatados envolviam homens em média 15 anos mais velhos que sua vítima.

Em populações de baixa renda, a ocorrência, quase sempre, vem acompanhada do uso de bebidas alcoólicas. Grande parte dos casos são de contatos incestuosos. (envolvendo filhos ou parentes próximos.)

Na maioria dos casos a criança submetida a estes atos fica calada, pois teme a represália do adulto.

A maioria dos casos é descoberta por outro indivíduo adulto,que fica sem saber como lidar com a situação. Se você, adulto, se enquadra na posição do "descobridor", procure um profissional para orientação. Assim você estará ajudando a criança e o portador do distúrbio de conduta.

Em 100% dos casos, as crianças molestadas sexualmente sofrem de dificuldades sexuais ou emocionais na vida adulta.

Autor : José Roberto Paiva
Psicanalista - Sexologista
Diretor do PROSex. Programa de Reabilitação e Orientação Sexual
Publicado em 06/03/99

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

EU, VERA MATTOS, MULHER AMEAÇADA.

EU, VERA MATTOS, MULHER AMEAÇADA.
QUAL A RAZÃO DAS AMEAÇAS? A RESPOSTA É PORQUE NÃO ME CALO. PORQUE NÃO SOU INDIFERENTE A DOR ALHEIA.PORQUE SOU OBRIGADA A VIVER DE UMA FORMA QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM. AMEAÇAS FEITAS POR PEDÓFILOS POR CAUSA DOS MEUS RELATÓRIOS, POR CAUSA DAS MINHAS DENÚNCIAS. PELOS MARIDOS DAS MULHERES QUE SÃO ESPANCADAS E QUE ME PROCURAM COM ESPERANÇA DE ENCAMINHAMENTOS.POR NÃO ADMITIR QUE CRIANÇAS SEJAM MALTRATADAS PELOS PAIS, PELOS RESPONSÁVEIS, PELOS ABRIGOS. PELOS IDOSOS BARBARAMENTE TRATADOS EM SUAS CASAS E POR SEUS FAMILIARES.PORQUE SOU UMA VOZ QUE NÃO CALA, E QUE SERENAMENTE VAI CONSTRUÍNDO VIDA. POR ISTO GOSTO DE TER MUITAS VOZES COMIGO, BERRANDO POR JUSTIÇA, POR AMOR, POR SOLIDARIEDADE. TODA HISTÓRIA ESTÁ DEVIDAMENTE REGISTRADA EM MINISTÉRIO PÚBLICO, DELEGACIA DA MULHER E FÓRUNS ESPECÍFICOS. DEIXEI PARA REVELAR ISTO NO FINAL DESTA CAMPANHA EM DEFESA DA MULHER. TAMBÉM SOU VÍTIMA.MAS NÃO SOU VÍTIMA DA VIOLENCIA DOMÉSTICA, AMBIENTE EM QUE SOU AMADA.SOU ODIADA PELOS PODEROSOS.SOU ODIADA PELOS QUE DESEJAM MULHERES AMORDAÇADAS E SEM DIREITO A PALAVRA.EU QUERO USAR A PALAVRA COMO ARMA. EU QUERO MINHA LIBERDADE DE EXPRESSÃO INTEIRA. E QUERO QUE TODAS AS MULHERES DO MUNDO EXPERIMENTEM ISTO: FALAR, ESCREVER, SENTIR, AMAR.SEM MEDO E SEM LIMITES.HOMEM QUE É HOMEM ENTENDE ISTO.OS VERMES QUE FIQUEM DISTANTES E APODREÇAM NAS CADEIAS.ESTOU CANSADA DA MOROSIDADE DA JUSTIÇA, DA LENTIDÃO, DO DESRESPEITO.PARABÉNS A TODOS QUE LUTAM PELA CAUSA DA MULHER.SOMENTE PESSOAS QUE TENHAM CRITÉRIOS SEMELHANTES SERÃO ACEITAS.E A QUEM ME ASSUSTA EU DIGO QUE NADA TEMEREI PORQUE DEUS ESTÁ COMIGO!

VIOLÊNCIA SEM SANGUE. O CRIME PRATICADO CONTRA AS MULHERES.


VIOLÊNCIA SEM SANGUE.O CRIME PRATICADO CONTRA AS MULHERES.
*Vera Mattos

Hei mulher! Por que você permitiu aquele primeiro tapa?Por que você permitiu aquela primeira calúnia? Aquela primeira injúria, aquela primeira difamação? Hei mulher! Será que você lembra quando tudo aconteceu? Era uma brincadeira entre você e ele... talvez até a situação já vinha se repetindo...mas tudo era tão leve e você acabava sorrindo, relevando, deixando para analisar depois. Temia ser chata, desagradável e acreditava que seria bom fazer concessões. Algumas vezes pensava que a causa era a bebida, sempre perdoada pois permitida; acreditava sinceramente que o homem cansado, frustrado, tinha todas as justificativas do mundo para desabafar, para liberar em você e na família os sentimentos agressivos. Além disso, havia a vergonha das amigas, dos amigos, dos vizinhos, dos colegas de trabalho. E quanto a manchas roxas na pele? O que dizer mesmo? Topadas, uma pancadinha à toa, esbarrou em algum móvel, caiu em casa, e cada dia mais uma desculpa. Quando você pensava que estava enganando aos outros enganava principalmente a você mesma.Agora, volte ao primeiro tapa, a primeira pancada. Doeu?Hei mulher! Responde hoje, exatamente nesta hora que você está decidindo ir até uma Delegacia e ainda assim procura justificar este seu desejo de ir, de se expor, de falar de sua vida pessoal ou do pouco que ficou dela.Será que com todas acontece assim? Ou seria apenas com você? Lembra quando ele gritava com você? Dizia que você era gorda, estava acima do peso? Ou quando dizia que a cor do seu cabelo estava ridícula? Ou quando se referia a sua pouca capacidade intelectual? E o desprezo hein?Você sentiu na pele o desprezo quando ele disso que seu cheiro não era bom, que cheirava a cozinha, a óleo e alho. Mas você conseguia cozinhar para ele. Poderia ter servido cicuta, mas continuou tentando conquistá-lo com a comida de cada dia, velha lição centenária que assegura que homem se “pega pela boca”. Hei mulher! Acorda! Antes do primeiro tapa este homem ofereceu vários avisos. Ele estabeleceu um vínculo perigoso em que sua parceria foi fundamental: o da violência sem sangue. Todos os dias ele procurava negar a sua existência como mulher. Todos os dias ele dizia que você era menos, era menor, era infinitamente menor do que a mulher que ele sonhou ter, possuir.A palavra é posse. É muito barato transformar a companheira em empregada sem direito a qualquer obrigação trabalhista. Além disto, dentro da submissão há a existência do sexo, geralmente com dia e hora marcados. Outros homens querem sexo diariamente, pouco se interessando se seu dia foi estafante, estressante, se houve dupla, tripla jornada. Acreditam que você tem que estar disposta e também apresentar uma boa disposição. O seu sonho de Cinderela desabou. Você viu isto? Você sentiu isto?Estamos no século XXI. Você como eu é do século passado! Se estamos em 2007 evidentemente que qualquer mulher viva hoje é do século passado.O que quero dizer? É que somos do século passado e agimos como tal. Não barramos a violência em nossas casas, em nossas famílias. Esperamos que o amor que sonhamos terá a força suficiente para corrigir.Mas isto é utopia. Tratemos primeiro da denúncia, de buscar a lei, de perder literalmente a vergonha e fazer que estes protótipos de homens morram de vergonha.Eles é que devem se sentir constrangidos. Eles é que devem temer a repercussão dos fatos na vida profissional, social. Eles é que devem andar assustados pelo fato de terem sido denunciados nas Delegacias Especializadas, nas Promotorias, e de finalmente serem levados ao Fórum Criminal.E de que você vai ter vergonha? De ter sido violentada psicologicamente? De ter sido brutalmente atacada fisicamente? Hei mulher! A sua alma está sofrendo. Dentro de você há um caos, um buraco, um sentimento de menor valia, e se demorar mais é bem provável que a pouca coragem que você tem desça pelo ralo da pia, pela descarga do banheiro.Apoio familiar? Aquele que lhe encorajará dizendo siga em frente, siga e denuncie? Este apoio é raro. Muitos dirão que você deve relevar. Muitos dirão que em nome de Deus, em nome de Jesus você deverá perdoar. Mulher entenda que esta sociedade foi construída para fazer concessões aos homens. Não espere nem mesmo nas delegacias especializadas um atendimento generoso. A razão é que também policiais mulheres são mulheres e também sofrem violência dentro e fora dos seus locais de trabalho. São discriminadas, criticadas e acabam por sucumbir não somente a hierarquia militar, mas a própria insatisfação e ao sentimento de que nada são e nada serão. Haja depressão, haja angústia, haja desespero, haja desejo de se impor. Com arma na mão pensa em liberdade, mas não encontra caminho e chora como se não tivesse força, como se fosse alguém frágil e destreinada. O exemplo da policial que sofre serve para abrir o debate. Que mulheres somos nós? E afinal quem educou estes homens agressivos, intolerantes, raivosos, desleais? Quem tem ou teve irmãos homens lembra das leis domésticas repetidas pelas mães da época. Era comum dizer que o respeito tinha território e que os garotos estavam aptos a caçarem suas presas. Os bodes estavam soltos para a glória das famílias machistas. As outras famílias tratassem de cuidar de suas cabras e cabritas.Assim como individualmente se colhe o que se planta, os homens do século passado estão ofertando a educação que receberam. Exercem poder, exercem fascínio. O sexo e a sedução chegam junto. Sabemos que paixão não tem data para começar, mas tem prazo para acabar e isto é fato científico.Hei mulher! A paixão acabou. O amor se existiu agora é discutível. Você vai ficar aí sofrendo? Qual será o seu primeiro passo?Somente você poderá se ajudar. Somente você poderá dizer não. Procure outras mulheres e converse, desabafe. Fale com quem for possível falar. Não tema o julgamento dos outros ou das outras. Melhor você vivendo e falando do que em uma gaveta do Instituto Médico Legal.Rompa a relação. Não fique na ameaça. Se você já se sustenta, o temor não deverá existir. Se não se sustenta, certamente tem algum talento e saberá encontrar uma forma de sobreviver.Mas não tolere o primeiro tapa, a primeira injúria, a primeira calúnia, a primeira difamação.Ao contrário do que se pensa aí está o ato de amor. Levar aquele que transgride a compreender as suas atitudes. Levar a reflexão positiva do respeito e do amor ao próximo e principalmente à próxima que poderá ser você.Pense nisto e se mobilize através de ações concretas.
*Vera Mattos
Presidente da Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos