quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

ROBERTO APOLÔNIO DA COSTA ESTÁ FORAGIDO.


ROBERTO APOLÔNIO DA COSTA ESTÁ FORAGIDO. TÊM TRÊS FILHOS – DOIS RAPAZES E UMA MENINA. É CASADO COM UMA MULHER DE NOME LUCIANA. SE VOCÊ TIVER QUALQUER INFORMAÇÃO SOBRE SEU PARADEIRO, DENUNCIE ATRAVÉS DO E-MAIL:

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AS DENÚNCIAS PODEM SER ANÔNIMAS.


. Helena luta há três anos para colocar na cadeia homem que estuprou a filha de 13 anos num vídeo pornográfico

Quando tinha 13 anos, a menor V, filha do comerciante M.A. e da dona-de-casa Maria Helena da Silva Arjona, começou a apresentar um comportamento estranho: Não queria mais ir à escola, passou a ter febre psicológica, a chorar por qualquer motivo e só conseguia dormir abraçada à mãe. Alertada pelo marido, Helena perguntava à filha se estava acontecendo algo de anormal. Mas a menina negava. Helena atribuiu a mudança de comportamento ao fato de terem ido morar no morro de São Carlos, depois de perderem a casa num incêndio. V. estranhou muito o novo ambiente. Um dia, finalmente tomou coragem e preveniu a mãe:


“O Roberto e o Tavinho estão ameaçando fazer uma montagem de retratos comigo...”


Roberto Apolônio da Costa, casado, pai de três filhos, era, em 1996, o presidente da Associação de Moradores do morro de São Carlos. E Otávio Barros Filho, conhecido como Tavinho, fazia lotações numa kombi comunitária. Helena procurou Roberto para saber que fotos eram aquelas. Segundo ela, ao invés de explicações, recebeu ameaças:


“Sua filha fala demais. E a senhora fala mais do que ela. Cuidado que quem fala demais aqui no morro, morre!”


Não tardou a explodir o escândalo. A própria V. chegou em casa contando à mãe que Roberto e Tavinho estavam ameaçados de morte por alguns integrantes da comunidade. Naquele mesmo dia Helena foi procurada por uma vizinha que contou que V. estava envolvida na gravação de um vídeo onde meninas, todas menores de idade, apareciam fazendo sexo com Roberto. Uma, inclusive, era excepcional, tinha por volta de 10 anos, e aparecia na fita tendo relações sexuais com Roberto em companhia da própria mãe. A ex-mulher de Roberto estava exibindo as fitas mediante o pagamento de R$ 2,00. O presidente da Associação de Moradores fugiu quando a história se espalhou.

Pressionada pela mãe, V. acabou confessando que estava sendo ameaçada de morte por Roberto, que também obrigou-a a participar da gravação do vídeo. Um dia, segundo a menina, quando saía para a escola, Roberto se aproximou fingindo que ia entregar uma correspondência, apontou-lhe um revólver e forçou-a a entrar na kombi de Tavinho. Levada para um apartamento no Estácio (zona-norte do Rio de Janeiro) a menina foi posta para assistir gravações pornográficas de outras meninas da comunidade para que fizesse igual. Como se negou, V. foi estuprada e obrigada a mastigar chicletes para simular uma expressão de prazer. Virgem, V. contou à mãe que apanhou muito de Roberto, que acusou-a de não saber fazer nada. A violência repetiu-se ainda uma segunda vez. A menina nada contou em casa porque Roberto ameaçou matar Helena.


“Aquele foi o pior dia da minha vida – lembra Helena. A gente cria uma filha com todo o cuidado e chega um monstro desses... Meu marido chegou a passar mal. Quando ele melhorou nós tiramos nossa filha de casa e a levamos naquele mesmo dia para Magé, para a casa de uma comadre. Eu e meu marido passamos a procurar Roberto por todos os cantos. Eu não dormia, emagreci 15 quilos. Procurei Dr. Cristina Leonardo no Centro Brasileiro e quando ela assistiu a fita, denunciou o caso para o Ministério Público do Rio de Janeiro. A polícia espalhou fotos de Roberto por tudo que é canto, mas ele continua foragido. Quando comecei a dar entrevista na imprensa ele me telefonou e ficou ameaçando:“ Me aguarde! Respondi: Estou te aguardando mesmo. Não vejo a hora de topar com você.”


V. parou de estudar, morou uns tempos com a avó em Minas Gerais e ainda passou pela humilhação de ouvir comentários maldosos no morro. Mas era sempre defendida pela corajosa mãe.


“ Uma vez peguei um pedaço de pau e fui enfrentar os bandidos. Eles viam minha filha passar e ficavam fazendo chacota. Diziam que a tinha visto na fita, que queriam fazer o mesmo com ela. Quando os ameacei com um pedaço de pau, nunca mais ninguém se atreveu a comentar. Até uma promotora insinuou que minha filha gravou a fita porque quis. Isso porque vivemos numa país em que a vítima acaba se transformando em réu. Quero justiça, mas não acredito nela. A Justiça no nosso país é muito falha. Só acredito na Justiça de Deus.”


Hoje, V. voltou a estudar e a morar na casa dos pais. Helena garante que ela nunca se recuperou psicologicamente. Ficou grávida de Roberto, mas perdeu o bebê, num aborto expontâneo, logo no início da gestação. O maior sonho da vida da menina é ver seu aliciador pagando pelo crime que cometeu.


“O Tavinho chegou a ser preso, mas como não aparecia no vídeo, não existem provas contra ele. As meninas que foram estupradas por Tavinho ficaram com medo de denunciar. Eu fui a única que levou o caso adiante. As vezes algumas das mães me dizem que sou a bandeira delas. Sou bandeira da minha filha. E não tenho medo nenhum. Só descanso quando Roberto estiver atrás das grades. E não é sentimento de vingança, não! Descobri que ele já fez o mesmo em Iguaba. E agora deve estar fazendo com outras meninas o mesmo que fez com minha filha” – finaliza Helena.

Autora : Wal Ribeiro
Jornalista e coordenadora do site Kids-Denúncia
Publicado em um dos editoriais do site Kids-Denúncia

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