Monsenhor Gaspar Sadoc, negro, de pensamento lúcido e memória ágil, é natural do município Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano.
O despertar para a vida religiosa, aos 13 anos, aflorou ainda na cidade natal, quando na infância dividia o tempo entre a prática de futebol na Praça da Purificação com visitas à igreja, sempre acompanhado da mãe. O interesse foi despertado pelo padre João de Deus, uma influência tão forte da qual guarda lembranças quase 80 anos depois. "Eu gostava de ver ele rezar a missa, não entendia muita coisa, mas ficava ali do lado dele. Só isto já me deixava feliz e em paz", revela o Monsenhor Gaspar Sadoc.
Monsenhor Sadoc chegou na Cidade do São Salvador, em 1929, época em que a cidade tinha apenas 300 mil habitantes, e que a violência era pouca e não assustava, afirmação que não o coloca como saudosista, mas, como um homem que compreende o seu tempo e suas deficiências e necessidades, uma condição claramente perceptível quando ela afirma que: "Meu tempo é agora. Este negócio de ficar com saudade do passado não é comigo não. Se hoje temos estes problemas, antes eram outros".
Durante doze anos viveu no Convento de Santa Tereza, no Dois de Julho, onde fez o curso básico no Seminário Menor São José e filosofia e teologia, no Seminário São José Maior. Sua ordenação ocorreu em 1941, exercendo a missão que perseguiu desde a primeira infância e até hoje com total devoção e entrega. "O estímulo é o mesmo do início, pois eu sempre quis ser padre. O problema é do tempo, ele que passe, enquanto o Senhor quiser eu vou ficar e trabalhar por ele", disse.
Ele foi o primeiro pároco da igreja de São Cosme e Damião, na Liberdade, onde ficou sete anos, depois 17 anos na Paróquia Cristo Rei São Judas Tadeu, na Baixa de Quintas, que ele mesmo ajudou a criar e depois, 38 anos à frente da Paróquia de Nossa Senhora da Vitória, de onde atua até hoje. O longo tempo em cada uma das comunidades foi uma exigência, pois encara cada fiel como um integrante da própria família, numa demonstração da interação e compromisso com os fiéis.
Rubro-negro, é conselheiro do Esporte Clube Vitória, capelão oficial do Leão da Barra. A paixão pelo futebol veio dos tempos de menino e não recrudesceu nem no seminário. "Jogava de batina sim e como beque central. Marcava o centroavante bem de perto e, se a bola passasse, o sujeito ficava", lembra.
Parabéns ao Monsenhor Gaspar Sadoc que completa 69 anos de 0rdenação no dia 30 de novembro próximo.
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