segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sem apoio governamental nem municipal nem estadual, a Fundação Jaqueira continua realizando um trabalho de excelência.

“Nunca recebemos nada do Governo do Estado. É como se o executivo não enxergasse o trabalho da Fundação.Não há nenhum tipo de incentivo ou de interesse. Neste caso, repete-se o comportamento dos governadores anteriores”, declara Vera Mattos.


Durante os cursos de qualificação para a formação de cuidadores de idosos, as alunas receberam orientação prática e teórica sobre comportamento, psicologia do envelhecimento,convivência,entretenimento,apoio nutricional, suporte para a família e higiene. Também são introduzidas no universo da Gerontologia, Geriatria e Psicogeriatria.

Para Vera Mattos, presidente da Fundação Jaqueira, o curso é muito importante, “pois delimita as funções do cuidador de idosos. Muita gente acha que as pessoas que exercem essa atividade podem fazer procedimentos como curativos e medir pressão arterial. O que é um equívoco, pois são funções que só devem ser exercidas por profissionais de enfermagem”, alerta.

Na sua avaliação, as atividades desenvolvidas foram de fundamental importância para garantir mais segurança e qualificação às profissionais que cuidam de idosos no município de Salvador, Bahia.

“ É importante ressaltar a qualificação de mulheres e homens em uma profissão que poderá vir a garantir o sustento pessoal e familiar. Aliás, o número de mulheres é bem maior do que o de homens.

“Elas chegam de todos os bairros de Salvador e da região metropolitana. Algumas pegam dois ou três ônibus. Saem cedo de casa. Trazem uma enorme esperança. Para muitas a certificação é tão importante que chegamos a nos emocionar”.

A Fundação Jaqueira não abandona alunos após a conclusão do curso. É comum ver ex-alunas assistindo aulas e se esforçando para aprender mais.

“Também temos assegurado a questão da empregabilidade. A população nos procura em busca de indicação de cuidadores. Então, ao realizar estas reuniões que acontecem semanalmente, verificamos as disponibilidades e discutimos as ofertas de trabalho existentes.

As ausências em reunĩoes são imediatamente percebidas. Geralmente, quando se empregam enviam recados, mensagens, e-mails”. E esta prática já se tornou uma tradição.

Infelizmente, todas as práticas estão com a possibilidade de interrupção pois a Igreja da Vitória deverá passar por reformas assim como a casa paroquial.

”A Igreja da Vitória é a nossa principal parceira. O pároco Luiz Simões tem nos permitido atuar em seus salões durante todos estes anos.Lá atendemos desde crianças com transtornos mentais, mulheres vítimas de violência, e realizamos cursos de qualificação, palestras e oficinas. No momento em que as obras começarem não sabemos ainda como daremos continuidade ao nosso trabalho”, comenta a presidente da Fundação Jaqueira.

Esperamos que o governador Jaques Wagner tenha alguma sensibilidade em relação a esta questão. A Fundação tem utilidade pública estadual e diversas moções de aplauso. Mas é mantida exclusivamente pelos abnegados voluntários. “Nunca recebemos nada do Governo do Estado. É como se o executivo não enxergasse o trabalho da Fundação.Não há nenhum tipo de incentivo ou de interesse. Neste caso, repete-se o comportamento dos governadores anteriores”, declara Vera.

Pelas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje há quase 20 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país, representando um pouco mais de 10% da população. Nos próximos anos, a expectativa do IBGE é que, com os avanços da Medicina, aumente ainda mais a expectativa de vida dos cidadãos brasileiros, hoje estimada em 72 anos. Ainda segundo o IBGE, a maior escolaridade também contribui para a maior longevidade, reforçando a importância da instrução para a melhoria da qualidade de vida.

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