quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ALZHEIMER - Casos aumentam no Brasil .


(BR Press) - Alterações comportamentais, repetições, dificuldades para lidar com tarefas complexas e planejamento, perda da habilidade espacial e de organização, esquecimento. Esses são alguns dos sintomas mais comuns do Mal de Alzheimer. Segundo estimativas, a doença atinge cerca de 5% da população brasileira com idade igual ou superior a 65 anos e que, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde, matou seis vezes mais brasileiros na última década - em 1999 foram cerca de 1.300, já em 2008, o número pulou para quase oito mil.



Sem causa conhecida, a doença ainda assusta a população e, por isso, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) lança a Campanha Nacional de Conscientização sobre o Alzheimer, que acontece durante o mês de setembro em todo o país. São mais de 40 palestras para esclarecer dúvidas e alertar para a importância do diagnóstico precoce na melhoria da qualidade de vida do paciente. Em média, a descoberta da doença demora três anos e, em 95% dos casos, os pacientes morrem nos primeiros cinco anos após as primeiras manifestações do problema.


É bom saber
"Se o paciente receber o diagnóstico precoce a qualidade de vida pode melhorar, porque a evolução da doença é menor. Se a família recebe orientação e apoio, consequentemente a qualidade de vida também melhora. Em termos de tratamento também muda. Há uma resistência muito grande na nossa cultura de entender que há uma melhora na qualidade de vida, mesmo que não haja cura. Precisamos fazer com que as pessoas acreditem nisso, porque é verdade", afirma a coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN, Márcia Chaves.


O Alzheimer está associado ao envelhecimento, sendo responsável por 10% dos casos de demência em pessoas acima de 65 anos e 50% acima dos 80. A prevalência da doença aumenta conforme a idade, ou seja, a cada cinco anos as chances de desenvolver o problema dobram, sendo que entre 65 e 69 anos as probabilidades sobem cerca de 2,5%, podendo chegar a 5% na faixa a partir de 80 anos.


Música e leitura
A doença leva cerca de dez anos para manifestar os primeiros sinais clínicos, logo, há estudos que sugerem a possibilidade de "adiar" em até seis anos o seu aparecimento, realizando algumas atividades que melhoram a nossa cognição, como leitura, dança e tocar instrumentos musicais. Porém, isto deve ser deve ser feito pelo menos três vezes por semana durante um período não menor que 20 anos.


"O mais comum é que a doença apareça a partir dos 65 anos, então precisamos fazer essas atividades com antecedência", diz Márcia. "Podemos também combinar atividades que evitam doenças cardíacas e incluir a leitura para ajudar também contra o Alzheimer",


Depressão
Segundo estudos, ainda não há um consenso sobre a depressão como um fator de risco para o desenvolvimento do problema. Mas um indivíduo apático, ou seja, que não procura atividades de lazer, leitura ou convívio social, possui chances aumentadas de ter o Mal de Alzheimer.


Com o tempo, a doença prejudica o organismo do portador de forma indireta. "As pessoas ficam acamadas e isso causa comprometimento, porque o paciente tem dificuldade de se alimentar e de movimentação. Isso torna o organismo mais suscetível à infecções, porque há mais dificuldades de controle das funções básicas. O mais frequente é a decorrência de um quadro infeccioso pulmonar", explica Márcia Chaves.


Porém, a presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Viviane Abreu, lembra que é possível adiar e amenizar esse quadro. "Na reabilitação de portadores de Alzheimer temos profissionais que vão ajudar a adiar esses problemas de controle de atividades naturais, por exemplo. Os pacientes fazem atividades físicas que retardam esses sintomas, os deixam mais leves e facilita os cuidados, além de diminuir as infecções, preservando melhor a cognição", diz.


O Dia Mundial do Alzheimer acontece a cada 21 de setembro e traz campanhas educativas em diversos países.


Veja a programação da Campanha Nacional de Conscientização sobre o Alzheimer aqui.


(Gabriel Bonis/Especial para BR Press)

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